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Renascença e Público dizem ter sido alvo de notícias falsas difundidas por Ventura

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 Foto Global Imagens

O grupo Renascença e o jornal Público dizem ter sido alvo de notícias falsas difundidas por André Ventura na rede social X, que até recentemente se denominava de Twitter, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.

Aliás, no 'site' hoje da Renascença, é noticiado que "tendo por base a Jornada Mundial da Juventude [JMJ], André Ventura publicou na rede social X uma imagem de uma notícia, graficamente semelhante à do 'site' da Renascença, mas que nunca foi publicada".

Questionado pela Renascença, "André Ventura não esclareceu a origem da publicação", refere ainda o grupo.

"A difusão de notícias falsas é um dos problemas do jornalismo contemporâneo. Só durante a covid, em 2020, a Comissão Europeia detetava diariamente mais de 2.700 noticias falsas sobre a forma de combater a pandemia e, no caso das eleições norte-americanas também em 2020, um estudo revisto pela Harvard Kennedy School referia que a eleição 'viu um número sem precedentes de notícias falsas', defendendo que 'Donald Trump foi o verdadeiro vencedor da eleição'", recorda a Renascença.

"Na última semana, a Renascença foi alvo de uma ação deste tipo", tendo "André Ventura, líder do partido Chega", usado "a imagem de uma notícia que aparentemente parece ser do 'site' da Renascença, mas que não existe: nem no 'site' da Renascença, nem em nenhum outro que seja identificado através de uma busca na Internet".

Esta notícia falsa, prossegue, "aparenta ter um propósito político. É sobre a Jornada Mundial da Juventude [JMJ] e o título é 'Milhares de inscritos na JMJ desaparecidos. Imigração ilegal', diz especialista'".

Ora, "esta notícia terá por objetivo reforçar a mensagem política do líder do Chega que na sua conta da rede social X onde publica esta notícia, escreve: 'Nós tínhamos avisado. O Governo não fez absolutamente nada!'".

Esta notícia, garante a Renascença, "não existe, usa o grafismo do 'site' da Renascença, mas nunca foi publicada pela Renascença".

Aliás, Pedro Leal, diretor de informação da Renascença, assevera: "Tudo isto é falso. O grafismo é semelhante, mas mesmo o tipo de letra não é o nosso. A Renascença nunca publicou este conteúdo".

A Renascença diz que tentou falar com André Ventura nos últimos dias, mas este "nunca respondeu ao contacto, e contactada a assessora de imprensa do Chega, esta referiu "que estavam a apurar os factos".

"Ao longo de oito dias, o Chega e André Ventura não explicaram a publicação na rede social X -- uma publicação com grafismo semelhante ao do site da Renascença, mas que a Renascença nunca publicou e não surge no Google", remata.

A Lusa contactou também o Público, que afirma ter sido igualmente alvo de uma situação similar.

Entretanto, a Lusa contactou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para questionar se recebeu alguma participação sobre o tema e se está a investigar a situação.