Madeira

"PSD está a anos-luz da oposição da Madeira", diz Montenegro

None

"A Madeira tem sido um exemplo empolgante de organização de uma comunidade que consegue encontrar soluções económicas para criar riqueza", afirmou Luís Montenegro na intervenção de encerramento das jornadas do PSD.

O líder nacional pegou na promessa de Albuquerque de vitória nas 'regionais' com maioria absoluta para deixar claro que o PSD não está com "nenhum triunfalismo", vai às eleições regionais "com humildade mas com inegável confiança".

Umas eleições em que a escolha que se coloca aos madeirenses é "avaliação do trabalho do PSD e do CDS, que faz parte da coligação, e o que oferece a oposição".

Um PSD e um governo regional que, diz, "estão a a anos-luz da oposição da Madeira".

Montenegro deu a Madeira como exemplo do que o pretende para o país, com descentralização, mais poderes locais e regionais e que crie oportunidades.

Destacou a diferenciação da economia madeirense que não se limita ao turismo e procura alternativas e oportunidades para os portugueses.

Montenegro também considera que as vindas de António Costa à Madeira são uma "mais-valia" para o PSD-M porque mostra aos madeirenses o que não querem. Por isso, desafiou o líder do PS e primeiro-ministro a vir à Região "discutir o futuro da Madeira".

O líder do PSD destacou as dificuldades de compreender algumas das reivindicações da Madeira, mas destacou o bom trabalho feito na Assembleia da República e a coordenação com o PSD-M. Uma articulação e diálogo que é mais fácil do que "com o Presidente da República".

Sobre a revisão constitucional, um dos principais temas destas jornadas, prometeu diálogo e concertação de posições. O aprofundamento das competências e poderes regionais é uma garantia.

A gestão do território marítimo, a extinção do Representante da República, "ainda não totalmente coincidente com as regiões", reconheceu, são temas centrais da revisão constitucional. O mesmo em relação à lei das finanças regionais.

Ainda sobre a revisão constitucional, garantiu que o PSD "não vai dar borlas ao PS". "Ou é para mudar, ou então não vai haver revisão constitucional", garante.

O líder do PSD não tem dúvidas de que o Governo da República não respeita as regiões e as autarquias, numa clara tentação "centralista", e deu como exemplo o pacote de habitação. Um conjunto de medidas em que o Estado pretende "mandar nas regiões autónomas", em matéria de habitação pública e privada, alojamento local ou, mesmo, os vistos gold.

O PSD denunciou esta situação e "uma semana depois o governo reconheceu o erro" e emendou. "Mas a intenção estava lá".

Luís Montenegro mostrou esta actualizado em relação a questões regionais, como a operacionalidade do aeroporto e e necessidade de revisão dos limites de vento. Assegurou que o PSD está com o Governo Regional nesta questão.

"Cada semana é pior do que a anterior"

"Governo em perda progressiva de credibilidade quando não havia razões para isso", é a leitura de Luís Montenegro da situação política e da governação nacional.

Numa segunda parte da intervenção, dirigiu-se a António Costa a quem recomendou "um banho de realidade" porque pensa que tem "um governo bom, mas tem um governo mau" e se continuar assim "arrisca-se a deixar de ser primeiro-ministro".

"Este governo tem condições únicas, tem maioria absoluta, tem maioria no PE, tem uma comissária europeia e tem a administração pública controlada. E tem o maior pacote financeiro de que há memória. Como é possível estar sete anos à frente do governo e não aproveitar esta oportunidade", pergunta

António Costa, garantem, está a desperdiçar a oportunidade que os portugueses e a UE lhe deram. "Cada semana é pior do que a anterior. O governo já não tem capacidade, o dr. António Costa não consegue levantar o governo"

António Costa disse que o PSD cria crises artificiais. "Onde é que o senhor anda", perguntou Montenegro que deu vários exemplos da situação em que se encontram a educação, a saúde, a justiça, a economia e o emprego.

"Agora diz que vai aumentar as pensões, mas não vai aumentar nada, vai é dar o que retirou", afrimou.

Luís Montenegro considera que o PS está "nervoso" e que o mundo não acaba se o PS deixar de ser governo. "Já acabou a vossa vez e nós vamos estar no local certo para ganhar as eleições", prometeu.