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Cavaco Silva considera que Montenegro está pronto para liderar um Governo

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O ex-Presidente da República Cavaco Silva considerou hoje que o líder do PSD está "tão ou mais bem preparado" do que ele próprio quando foi chefe de Governo, defendendo que os sociais-democratas são "a única alternativa" ao PS.

"O doutor Luís Montenegro tem mais experiência política do que eu tinha quando eu subi a primeiro-ministro em 1985, e está tão ou mais bem preparado do que eu estava", defendeu o antigo primeiro-ministro do PSD e ex-Presidente da República no encerramento do 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa.

Na opinião de Cavaco Silva, "o PSD é inequivocamente a única, verdadeira alternativa credível ao poder socialista" que assenta numa "oligarquia que se considera dona do Estado", disse num discurso perante uma plateia cheia e que foi o mais aplaudido do dia.

Para o antigo Presidente da República, o presidente do PSD, Luís Montenegro, "tem identificado bem o adversário político do PSD: o PS e o seu Governo", acusando o executivo e socialistas de terem colocado "o país na trajetória de empobrecimento e de profunda degradação da situação política nacional".

"É no governo socialista que o PSD deve centrar a sua atenção. Não deve dispersar energias com outros partidos, nem responder às provocações que deles possam vir, assim como de alguns analistas políticos", recomendou.

Segundo Cavaco, "é totalmente falsa a afirmação de que o PSD não tem apresentado políticas alternativas ao poder socialista", insistindo que "o PSD é a única opção credível para todos os que queiram libertar Portugal de uma oligarquia que se considera dona do Estado".

Num discurso duro para a governação socialista, Cavaco Silva elogiou os "programas bem estruturados" já apresentados pela atual liderança do PSD, deixando algumas sugestões ao líder do PSD, que o ouvia na primeira fila, ao lado do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

"Na minha opinião, o PSD não deve cometer o erro de pré anunciar qualquer política de coligações tendo em vista as próximas eleições legislativas. Se o PS, que está em queda, não o faz, porque é que o PSD, que está a subir, deve fazê-lo?", questionou.