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Montenegro diz que Costa teve reacção “fanática” e está em “estado de negação”

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O líder da oposição já respondeu às afirmações de António Costa sobre o discurso de Cavaco Silva. O primeiro-ministro, tal como outros dirigentes socialistas, acusou o antigo Presidente da República de ter vestido a camisola partidária ao tecer duras críticas e pedir a demissão do Governo.

“O dr. António Costa, como aliás todo o Partido Socialista, estão a encarar este momento político de uma forma muito fanática e estão em estado de negação absoluto”, afirmou Luís Montenegro, hoje, à entrada para um jantar com o grupo parlamentar da Assembleia da República e dirigentes e deputados do PSD-Madeira, no Funchal.

“Não é nada artificial que há uma degradação galopante nas instituições e em particular dentro do governo que está a actuar de forma bastante descoordenada. Não é nada artificial ao aumento do custo de vida dos portugueses. Não é artificial os mais de 1 milhão e 700 mil portugueses que não têm médico de família. Não é artificial que haja dezenas de milhares de alunos sem professore a uma disciplina, quando estamos a acabar o ano lectivo. Não é artificial o atraso em alguns sectores da justiça. Não é artificial termos um país onde as pessoas, as famílias, as empresas pagam impostos máximos e recebem em troca serviços mínimos”, pormenorizou. Luís Montenegro, líder do PSD

O líder do PSD considera que Portugal é um “país que efectivamente tem problemas estruturais” que o governo não resolve e são a realidade concreta das pessoas.

“Ignorar isto, ignorar o que o presidente Cavaco Silva referiu na sua intervenção de sábado, é actuar no domínio do fanatismo, no domínio do estado de negação, o que é um duplo problema para Portugal. Já temos toda esta realidade que afecta a vida das pessoas, só nos faltava ter um governo que vive noutro país, noutra realidade”, afirmou.

Montenegro não tem dúvida de que há “um esgotamento da confiança no governo e uma vontade de mudar de governo”.

Em resposta ao PS que diz que este é um ataque da direita, o líder do PSD considera que esse ‘fantasma’ é um sinal de nervosismo socialista.

“Quer à direita, quer à esquerda do PS, a opinião é unânime: o PS e o primeiro-ministro vivem noutra realidade. Quando o dr. António Costa vem erguer esse papão da direita e puxa por essa palavra, significa que está mesmo nervos e com medo daquilo que lhe está a acontecer, a falta de confiança que hoje os portugueses sentem no governo. Isto soa muito aos conselhos dos publicitários que vão ao ouvido do dr. António Costa teleguiar as coisas que ele diz”.

Luís Montenegro destaca, das intervenções de Costa e do PS que, em nenhum momento, disseram “onde é que o professor Cavaco Silva errou”.

Costa, diz , “veio com frases feitas, como aliás os seus dirigentes já tinham feito, mas não disse ao país que era mentira que hoje as pessoas não suportam grande parte das despesas que têm ao fim do mês, que querem ir ao médico e não têm um médico para as atender, querem ir a uma urgência e está fechada e ficam horas e horas à espera, querem uma cirurgia e ficam meses e anos à espera. Na escola, temos professores desmotivados e alunos sem professor. Na justiça, pelo que se vai sabendo, grandes casos correm o risco de prescrever. Este é o país real e era sobre isto que deveria falar”.

Sobre a comissão e inquérito à TAP e a intervenção do SIS, Montenegro desafia o primeiro-ministro a dizer a “verdade” aos portugueses e não confirma que irá viabilizar uma comissão e inquérito.

 “O que é importante é que o país deve conhecer a verdade doa a quem doer, mesmo que a dor seja próximo do primeiro-ministro”.