Madeira

MPT repudia modelo para medir pobreza em regiões ultraperiféricas prosposto por Rita Andrade

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Foto Aspress

O coordenador do MPT-Madeira, Valter Rodrigues, veio hoje posicionar-se contra a diferenciação das regiões ultraperiféricas, defendido pela secretária regional de Inclusão Social e Cidadania, na apresentação do Estudo de Caracterização da Pobreza na Região Autónoma da Madeira da Rede Europeia Anti-Pobreza de Portugal.

Rita Andrade defende diferenciação das regiões ultraperiféricas no estudo da pobreza

Secretária regional de Inclusão Social e Cidadania aponta que utilizar indicadores iguais em toda a Europa "reverte a realidade"

"Rita Andrade propõe um modelo de específico para medir a pobreza em regiões ultraperiféricas. O MPT repudia tal proposta pois considera que o custo dos bens alimentares é semelhante por toda a Europa. O custo da saúde e especialmente da habitação é que pode variar, de região para região", começa por referir Valter Rodrigues em comunicado remetido este sábado, 4 de Março, às redacções.

O coordenador regional do Partido da Terra clarifica que "o aperfeiçoamento da medição da pobreza pode ser feito para ter em conta a saúde e a habitação, mas isso significaria que um habitante em Santana com os mesmos rendimentos que um habitante no Funchal poderia ser considerado não estar em situação de pobreza, enquanto o do Funchal estaria (devido ao elevado custo de habitação no Funchal). Mas isso levaria a outras questões, como por exemplo, por que é que o pobre do Funchal não migra para Santana".

Neste seguimento entende a proposta de Rita Andrade acarreta o risco de criar "um modelo que indique os habitantes regionais não estão em condição de pobreza (pois a comparação seria com regiões ainda mais desfavorecidas que a Madeira), embora estejam na penúria".

O MPT lembra que "em 2021, a mediana do rendimento monetário líquido anual por adulto equivalente fixou-se, na RAM, em 9 520 euros”, e que, "em 2022, 55,1% da população regional não tinha capacidade para pagar uma semana de férias, por ano, fora de casa, suportando a despesa de alojamento e viagem para todos os membros do agregado”, daqui depreendendo que "a pobreza é generalizada".

A vida é mais que trabalhar para pagar contas! Valter Rodrigues

O MPT também refere ainda que, "em 2022, 7,1% da população regional não tinha capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou de peixe (ou equivalente vegetariano), pelo menos de 2 em 2 dias”. !Isto significa na opinião do MPT que cerca de 18 mil nossos concidadãos estão na miséria", reforça.

"Se aplicarmos a noção de que está em situação de pobreza quem não tem acesso a recursos, a competências e a oportunidades que permitam ter acesso a uma vida digna, então teremos que a esmagadora maioria da população regional está em situação de pobreza devido à falta de oportunidades", remata.