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Prorrogada prisão preventiva dos eurodeputados Eva Kaili e Marc Tarabella

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Foto Stephanie Lecocq / EPA

A justiça belga prorrogou novamente a prisão preventiva de Eva Kaili e Marc Tarabella, dois eurodeputados suspeitos de envolvimento no alegado esquema de subornos no Parlamento Europeu (PE) 'Qatargate', envolvendo Qatar e Marrocos.

"A prisão preventiva destes dois suspeitos foi prorrogada por dois e um mês, respetivamente", anunciou a procuradoria federal belga em um comunicado.

Quer a grega Eva Kaili, detida há quase três meses, quer o belga Marc Tarabella, ambos suspensos do grupo Socialistas e Democratas (S&D) no PE, negam as acusações.

Maxim Töller, advogado de Tarabella, acusado e detido em 11 de fevereiro, reafirmou hoje que o seu cliente está "inocente".

"Vamos continuar a lutar para tirar um inocente da prisão (...), não tem nada que se recriminar e nunca recebeu dinheiro ou presentes em troca das suas opiniões", defendeu o advogado em comunicado.

Na sequência do escândalo de corrupção 'Qatargate', três pessoas estão atualmente em prisão preventiva na Bélgica, suspeitas de durante vários anos terem intercedido a favor de potências estrangeiras nas decisões do PE, em troca de pagamentos em dinheiro.

Além de Kaili e Tarabella, está detido também Pier Antonio Panzeri, ex-eurodeputado (2004-2019) e considerado o cabecilha do esquema de corrupção.

No entanto, Panzeri fez um acordo para colaborar com a investigação judicial belga como "arrependido", em troca de uma redução da sentença.

Um quarto suspeito, o eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, foi detido e depois colocado em prisão domiciliária em 11 de fevereiro, em Itália, contestando nos tribunais italianos a sua extradição para a Bélgica.

Por fim, o assessor parlamentar Francesco Giorgi, amigo próximo de Panzeri e companheiro de Kaili, foi colocado com pulseira eletrónica no final de fevereiro, após mais de dois meses de detenção na Bélgica.

Francesco Giorgi fez parte da primeira ronda de detenções, em 09 de dezembro em Bruxelas, quando os investigadores apreenderam 1,5 milhões de euros em dinheiro distribuído em sacos ou malas.

Qatar e Marrocos negaram veementemente nos últimos três meses que estivessem na origem de qualquer esquema de corrupção.