A Guerra Mundo

Putin visita Mariupol na primeira visita surpresa ao Donbass

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Foto EPA

O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou hoje o Kremlin.

De acordo com a presidência russa, o chefe de Estado chegou de helicóptero à cidade do sul da região ucraniana de Donetsk, às margens do Mar de Azov, que no ano passado foi palco de violentos combates.

O Presidente russo foi "inspecionar alguns locais da cidade e conversar com os residentes", e andou de automóvel pelas ruas de Mariupol, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnulin, que o informou sobre o andamento das obras de construção e reconstrução.

"Tratou-se da construção de novas unidades habitacionais, centros sociais e educativos, infraestruturas e instituições médicas", acrescentou, num comunicado, o gabinete de imprensa do Kremlin, que não especificou a duração da visita.

Putin visitou depois a cidade de Rostov-on-Don, localizada no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, para uma reunião com o chefe das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, e vários comandantes militares.

Foi a primeira visita oficial do líder russo à região do Donbass, onde já decorriam combates com forças separatistas pró-russas desde 2014.

No sábado, Putin já tinha feito uma outra visita surpresa à Crimeia para assinalar o nono aniversário da anexação da península ucraniana pela Rússia em 2014.

No início de março, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, também fez uma visita oficial a Mariupol para analisar as obras de reconstrução da infraestrutura na cidade.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu na sexta-feira um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia.

O procurador-geral do TPI identificou na sua petição de ordem de detenção de Vladimir Putin a deportação para a Rússia de "pelo menos centenas de crianças de orfanatos e instalações infantis" ucranianos.

O britânico Karim Khan alegou que estes atos de deportação de menores ucranianos para a Rússia e a sua adoção por famílias russas "demonstram a intenção de retirar permanentemente estas crianças do seu próprio país", um ato ilegal contrário às Convenções de Genebra.

O procurador-geral referiu ainda que tais atos foram cometidos no contexto de "atos de agressão" do exército russo contra a Ucrânia.

O mandado de captura contra o chefe do Kremlin foi descrito como "legalmente nulo e sem efeito" pela Rússia, uma vez que o país não reconhece a legitimidade do TPI.