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Lula viaja para a China acompanhado por uma delegação recorde de 240 empresários

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Foto André Borges / EPA

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, viajará para a China entre 26 e 31 de março, numa visita de Estado na qual será acompanhado por uma delegação recorde de 240 homens de negócios, anunciaram hoje fontes diplomáticas brasileiras.

Os eventos oficiais, que terão lugar no dia 28 de março, incluem uma reunião entre Lula da Silva e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e um dia mais tarde realizar-se-á um fórum de negócios no qual participarão entre 400 e 500 empresários, cerca de metade dos quais brasileiros.

O setor mais importante será o da agricultura, com 90 empresas brasileiras representadas, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país sul-americano, que é um grande exportador de produtos alimentares destinados ao mercado chinês.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, o comércio bilateral atingiu recorde de 139,97 mil milhões de euros.

"O Brasil aspira a ter uma relação comercial mais diversificada com a China", disse o Secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro para a Ásia e o Pacífico, Eduardo Paes Saboia, numa conferência de imprensa, em Brasília, no Palácio Itamaraty, na qual deu detalhes da viagem de Lula.

O encontro com Xi deverá envolver a assinatura de cerca de 20 acordos nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica que os dois países têm mantido desde 2002.

Eduardo Paes Saboia disse que o objetivo da visita é "a agenda bilateral", em resposta à questão de um jornalista sobre as negociações unilaterais que o Uruguai está a realizar com a China fora do Mercosul, bloco que partilha com o Brasil, Argentina e Paraguai.

Desde 2009, a China tem sido o principal fornecedor do Brasil, e o país asiático tornou-se também o principal cliente dos produtos brasileiros, embora as exportações do país sul-americano estejam fortemente concentradas no setor agrícola.

Depois de Pequim, Lula viajará para Xangai no dia 30, onde visitará a sede do banco de desenvolvimento BRICS, um bloco do qual o Brasil é membro juntamente com a Rússia, Índia, China e África do Sul.

Durante a visita, Lula da Silva irá propor a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff como nova chefe do banco de desenvolvimento, atualmente presidido pelo diplomata brasileiro Marcos Troyjo, que tomou posse em 2020 e cujo mandato termina em 2025.