Madeira

Maior sensibilização para o acolhimento e reforço do ensino do Português

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Investir na maior sensibilização e formação especializada da comunidade educativa para a multiculturalidade, reforçar o ensino da Língua Portuguesa como língua não materna na Escola e garantir, ao mesmo tempo, o reforço do ensino do Inglês, através de cursos específicos dirigidos às comunidades de Imigrantes foram alguns dos desafios lançados, esta semana, durante a Conferência 'Movimentos migratórios na RAM. Desconstruindo estereótipos', dinamizada no âmbito do 'Compromisso 2030'.

O debate contou com as intervenções de Mary Carfora, Carlos Loureiro e Correia de Jesus, perante uma ampla plateia, composta por cidadãos provenientes da Guiné, Angola, África do Sul, Venezuela, Ucrânia, Roménia, Brasil e Bangladesh, numa participação que é de registar e graças à qual, conforme explica a coordenadora do 'Compromisso 2030' para as áreas das Comunidades Madeirenses e Migrações, Ana Bracamonte, foi possível perceber o papel que a Madeira tem vindo a cumprir, nesta matéria e no necessário apoio a quem chega mas, também, abordar exemplos de sucesso que são sempre os melhores incentivos para que a Região seja escolha, designadamente do ponto de vista educativo e comunitário e apontar novas soluções para o futuro.

Ana Bracamonte que realça a mais-valia e a riqueza que os movimentos migratórios podem representar para os países que lhes servem de palco, a nível económico, cultural, social e demográfico, sempre que devidamente enquadrados em políticas claramente definidas por parte da República. “Há um contributo claro e efetivo que estes cidadãos podem e devem prestar à nossa sociedade, quer do ponto de vista económico ou mesmo cultural, numa terra que desde a primeira hora soube bem receber, acolher e assimilar novas culturas, enriquecendo dessa forma a sua própria identidade”, frisou.

Refira-se que, durante esta reunião, foi ainda lançado um inquérito online aos presentes, apoiado por alguns formadores que, pese embora a sua pequena amostra, identifica, de certa forma, um perfil de Imigração. Perfil esse que apresenta uma faixa etária ativa, com formação profissional, residente na Região há mais de 5 anos e que teve como motivação para emigrar problemas sociais, políticos ou económicos no seu País de origem. Verifica-se, igualmente, a predominância das comunidades Luso-descendentes, mas também de Imigrantes que, não tendo qualquer ligação a Portugal, optaram por fixar residência na Região, de forma definitiva, 80% dos quais atualmente se encontram a trabalhar e 70% não usufruem de apoios sociais.