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O Jogador da Formação

Sou apologista que, no mínimo, 25% da equipa principal deve ser constituída por jogadores da formação

Os atletas da formação são pilares fundamentais para o sucesso, a médio e longo prazo, das organizações desportivas, sobretudo nos âmbitos desportivo e financeiro. As estratégias dos clubes têm de se dirigir para a estruturação do processo formativo dos jogadores formados localmente, de modo a não serem somente uma aposta do futuro e em tempo algum do presente.

Nos dias de hoje, o mercado é global, logo a captação não se fixa apenas nos jovens da região, inclui atletas de diversas localidades portuguesas e múltiplas nacionalidades. Creio que, se é prática nos tempos da globalização haver inúmeras bases de recrutamento, dentro e fora da região, é necessária traçar uma estratégia que faça confluir uma boa formação da prata da casa com uma inclusão dos formados no exterior no desporto regional, para que a qualidade do desporto se eleve sem favoritismos para ninguém, e sem exclusão de ninguém.

Assim, é necessário que os atletas locais tenham a boa formação como mais-valia para que estes últimos não sejam limitados maioritariamente a competir somente nas equipas secundárias, embora estas sejam ferramentas vitais na maturação e prevenção das apostas precipitadas. É vital solidificar o processo formativo para serem opções contínuas nos contextos profissionais. Igualmente é significativo facultar maior consistência na confiança depositada e promover elevados tempos de jogo na conjuntura desportiva hábil, pois quanto maior o contacto na mesma, mais oportunidades têm de sobressair as aptidões intrínsecas e afirmar-se no plantel principal.

No que tange aos clubes regionais, participantes nas competições profissionais de futebol, considero exímio um trabalho conjunto de diversas entidades no desenvolvimento de uma academia de futebol para cada, pois impulsionarão o progresso e as prestações desportivas de ambos. Uma vez criados, os centros de formação e treino serão sedes recheadas de talento e visibilidade com o intuito máximo de direcionar as camadas jovens, espera-se, através de um rigoroso processo de seleção, para os contextos profissionais nacionais e internacionais e quiçá, a longo prazo, atrair investidores credíveis.

Sou apologista que, no mínimo, 25% da equipa principal deve ser constituída por jogadores da formação, abarcando um plano desportivo para cada jovem nas equipas secundárias e principal, abrange treinos e competição. O protótipo é dispor de seis jogadores regulares no onze inicial, consequentemente, o investimento anual será substancialmente benéfico.

Por fim, o projeto formativo exige equilíbrio e tolerância, visto que é inexequível subsistir meramente da formação, dado que cada jovem tem o seu tempo de maturação e não são todos os que se adaptam ao modelo de jogo e ao nível competitivo da equipa principal. Atualmente, o futebol de alto rendimento exige estruturas de excelência orientadas para formar, sustentar e promover os jogadores locais para a equipa principal.