Madeira

Lisboa enviou mais dinheiro para a Madeira do que Bruxelas desde 2015

Sérgio Gonçalves lembrou que, desde 2015, Miguel Albuquerque recebeu da República cerca de 2.200 milhões de euros, enquanto da União Europeia chegaram aproximadamente 800 milhões de euros

Foto PS-Madeira
Foto PS-Madeira

Sérgio Gonçalves pegou hoje na calculadora e fez as contas de uma Região que continua a ser, na sua perspectiva, “uma terra de cimento e não de rendimento”.

Tendo em conta as declarações recentes do presidente do Governo Regional relativamente às transferências do Estado e da União Europeia com destino à Madeira, o socialista lembrou que, desde 2015, Miguel Albuquerque recebeu de Lisboa cerca de 2.200 milhões de euros, enquanto desde Bruxelas chegaram aproximadamente 800 milhões de euros.

É quase o triplo das verbas que vêm das transferências do Estado e não da União Europeia. Sérgio Gonçalves

O líder do PS-Madeira que numa iniciativa de contacto com a população em Machico sublinhou para a importância de ambas estas verbas, defendendo igualmente o reforço, quer dos fundos comunitários, quer das transferências do Estado, mostrando ainda que não aceita "este eleitoralismo puro".

“O que não há, quer das verbas que vêm do Estado, quer das que vêm da União Europeia, é uma utilização correcta em prol dos madeirenses e do desenvolvimento da Região e por isso é que é tempo de mudar a Madeira”, sustentou.

Neste sentido, apontou o facto de os cerca de 600 milhões de euros que a Região recebe do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serem todos alocados a investimento público.

Nós continuamos a ter uma terra de cimento e não de rendimento, uma terra que não dá oportunidades aos jovens, e é preciso, efetivamente, uma mudança de políticas. Não podemos aceitar que, recebendo quase 600 milhões de euros do PRR, todas essas verbas definidas pelo Governo Regional tenham sido alocadas a projetos de investimento público, quando não há apoios aos setores produtivos, que tão elogiados e tão importantes foram durante o período pandémico, nem há apoios ao setor empresarial regional para a transição digital e energética. Sérgio Gonçalves

As críticas de Sérgio Gonçalves surgem na sequência das palavras de Miguel Albuquerque, na quinta-feira, que por ocasião do 1.º Encontro Interparlamentar do PSD destacou a importância de o Estado assumir os custos da ultraperiferia que têm sido assumidos pela União Europeia, substituindo-se a Portugal.

“A União Europeia sempre foi mais amiga da Madeira do que a República”

Jaime Filipe Ramos destacou a importância dos fundos comunitários para o desenvolvimento da Região, na sessão de abertura do 1º Encontro Interparlamentar do PSD

"O Estado português, neste momento, não assume nada com a Madeira ou com os Açores", notou Miguel Albuquerque, em linha com as declarações anteriormente proferidas pelo líder parlamentar do seu partido na Assembleia Legislativa.