Ontem assisti com alguma relutância à comissão parlamentar de inquérito às obras inventadas, segundo o ex-deputado, ex-secretário, ex-director regional, ex quase tudo no PSD-M. O parte cómica é que Sérgio Marques não vai ser inquirido pelos deputados. A pessoa que deu origem ao inquérito não vai ser inquirida. Qual a lógica disso? Eu sei e a maioria dos madeirenses também.

O PS quer fazer campanha a pensar nas eleições, quer tempo de antena gratuito, porque sabe muito bem que não vai sair nenhuma resolução desta comissão. Nem o Ministério Público vai mexer uma palha para aferir declarações de índole política. Sérgio Marques disse, desdisse e desapareceu do mapa.

O PS está assim a querer potenciar e a retirar dividendos políticos com este espectáculo.

Mas uma coisa já conseguiu: que o empresário Luís Miguel Sousa explicasse preto no branco a questão da operação portuária, a linha do Porto Santo e a embrulhada do ferry a Lisboa, que não passa de uma utopia inútil. Meia dúzia de passageiros num navio com capacidade de transportar centenas...

Não há outras prioridades para os socialistas? Não há temas na agenda mais importantes para o povo? Vale tudo para aparecer na televisão?

Se as acusações de Sérgio Marques são graves a Justiça que investigue. A política que comente, conteste, mas livre-nos destes espetáculos deprimentes e dispensáveis.

A Madeira precisa de políticos assertivos, de uma oposição com garra, destemida, com gente credível e honesta, que tenha uma agenda de assuntos fundamentais para a vida das pessoas.

Alguém de bom senso acha que o político Sérgio Marques vai meter alguém na cadeia com as acusações que fez?

É a política, estúpido!

Nuno Silva