Crónicas

Hinos ao almoço

Hino da Madeira é um dos bons exemplos de como a Madeira e o madeirense sabe ser grande

Nos idos anos noventa e no arranque deste novo século, domingo à hora de almoço o meu prato favorito era duas horas de Fórmula 1. Ainda na televisão pública, acessível a todos os amantes de desportos motorizados, aquele barulho dos motores era efectivamente música para os meus ouvidos.

Após dezenas de voltas, com acidentes, ultrapassagens, reabastecimentos chegava a bandeira xadrez. A consagração dos vencedores fazia-se ao som dos hinos do país do piloto vencedor e da equipa vencedora. Hino de Itália (Ferrari) e hino da Alemanha (Michael Schumacher) eram dos mais tocados.

Sem a dimensão dos grandes países, sem a população dos mesmos, o Hino da Madeira - letra de Ornelas Teixeira e música de João Victor Costa – é um dos bons exemplos de como a Madeira e o madeirense sabe ser grande, maior do que a finitude das suas terras. Uma letra expressiva e inspirada, uma música vibrante, épica até. Mais do que nas cerimónias oficiais, o sossego de casa, na televisão ou no computador, é onde revisito o Hino e deixo acordar a alma madeirense, o verde e o azul da nossa terra, imaginar os rostos dos que ficaram, dos que partiram… Somos todos pilotos da equipa Madeira!