Madeira

Pedido de aumento da quota de atum patudo recusado

A informação oficial chegou ontem à noite, fazendo cair por terra as pretensões dos governos regionais da Madeira e dos Açores

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As instâncias europeias recusaram aumentar excepcionalmente a quota de atum patudo atribuída a Portugal e, por conseguinte, à Madeira. 

Cai, assim, por terra a pretensão do Governo Regional de que os atuneiros pudessem continuar a pescar esta espécie de tunídeo, cujo limite de capturas permitido já foi alcançado nos últimos dias, em menos de três meses de safra. 

Madeira solicita aumento da quota do atum patudo

A secretaria regional de Mar e Pescas, através da direção regional das Pescas, em articulação com o Governo Regional dos Açores, encetou diligências com a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), no sentido de assegurar, já nos próximos dias, o reforço da quota do atum patudo para as frotas de pesca da Madeira e dos Açores.

Na semana passada, os governos regionais da Madeira e dos Açores haviam solicitado à Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), entidade que gere estes assuntos a nível nacional, o alargamento dos limites de captura permitidos, tendo em conta que Espanha e França tinham, ainda, uma margem grande nas suas quotas. Além disso, o pedido apontava para uma troca de atum voador por patudo, já que naquela espécie, este ano, as capturas têm estado muito abaixo do habitual. 

Pescadores madeirenses impedidos de pescar atum patudo

O limite da quota de atum patudo foi atingido ontem, obrigado mais de duas dezenas de embarcações e mais de 400 pescadores a ficar em terra. Armadores estão apreensivos e dizem que três meses de safra não são suficientes para manter as empresas a funcionar

Mas, conforme revelou esta manhã o secretário regional de Mar e Pescas, o pedido foi recusado, pelo que se mantém a interdição de os barcos madeirenses e açorianos de se dedicarem à captura do atum patudo. 

Teófilo Cunha não deixa, contudo, de criticar as posições assumidas pelo Governo da República e os seus organismos, pedindo uma informação mais rápida e mais eficaz sobre os assuntos que muito interessam à Madeira. "Não não ficamos satisfeitos com a forma como as informações chegam à Madeira. E os Açores também reclamam do mesmo. E às vezes, faltam explicações que nunca são dadas", aponta Teófilo Cunha, salientando que "não pode continuar a haver uma informação que chega tarde e a más horas quando nós solicitamos sempre a informação a tempo e horas. E nós queremos estar presentes, também, para negociar", aponta, referindo que essa é uma pretensão tanto da Madeira, como dos Açores. 

O governante salienta que "o Governo Regional fez tudo o que estava ao seu alcance para solicitar mais quota, estávamos dispostos a trocar quota de atum voador por atum patudo, isso pode ser feito", mas Espanha e França não quiseram abrir mão das suas 'parcelas' de pesca a favor de Portugal.