Madeira

BE acusa CMF de "cancelar a democracia"

Em causa o facto da CMF ter optado por comemorar o 25 de Abril sem discursos partidários

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"No ano em que se iniciam as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e em que se viveu mais tempo de democracia do que de ditadura, é sintomático que o executivo do PSD, regressado à Câmara do Funchal após oito anos em que a sessão solene na Assembleia Municipal do Funchal marcava este dia, decida cancelar a democracia, coarctar a liberdade de expressão das forças da oposição, democraticamente eleitas por milhares de funchalenses".

A afirmação é da coordenador regional do Bloco de Esquerda (BE) na Madeira, Dina Letra, e surge na sequência da decisão do actual executivo da Câmara Municipal do Funchal (CMF) ter optado por comemorar o 25 de Abril sem discursos partidários.

"Não calarão a nossa voz", foram as palavras de ordem Bloco, que assinalou esta manhã o aniversário da 'Revolução dos Cravos', com uma concentração na Praça do Município, no Funchal.

Não participamos nem pactuamos com eufemismos de palavras que se traduzem depois em actos de beija-mão; não aceitamos o retrocesso democrático que se viveu hoje no Funchal, e, com isto, marcamos o nosso protesto. Por todas e todos os funchalenses, mesmo os que não votam em nós.

Dina Letra disse também que o seu partido pretendeu prestar "um tributo a todos os homens e a todas as mulheres de coragem que deram a sua liberdade e a sua vida por todo um povo".

A líder bloquista recordou ainda algumas das 'conquistas de Abril' para a Região: "Foi Abril que nos trouxe o Serviço Nacional e Regional de Saúde; a Escola Pública, numa Região em que a taxa de analfabetismo era gritante (...) o salário mínimo e o voto para todas as mulheres (...) liberdade de estarmos e de nos exprimirmos livremente e em que a cultura fez tombar o lápis azul da censura (....) a construção dos órgãos de poder local e que possibilitou as autonomias e a constituição dos governos regionais da Madeira e dos Açores".

"Isto nunca poderão apagar da memória nem dos livros de história", rematou.