A Guerra País

Zelensky "personifica um poder xenófobo e belicista", acusa PCP

PCP vai faltar à sessão solene com o líder ucraniano.

Líder parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), Paula Santos. 
Líder parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), Paula Santos. 

O PCP não vai participar na sessão solene na Assembleia da República com a presença do Presidente da Ucrânia, na quinta-feira, por videoconferência, por considerar que Volodymyr Zelensky "personifica um poder xenófobo e belicista".

"O PCP não participará numa sessão da Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra, contrária à construção do caminho para a paz, com a participação de alguém como Volodymyr Zelensky, que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de caráter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo", sustentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, em conferência de imprensa, no parlamento.

A deputada acrescentou que a sessão solene, que vai decorrer na quinta-feira, com início previsto para as 17:00, é um "ato de instrumentalização de um órgão de soberania, orientado não para contribuir para um caminho de diálogo que promova o cessar-fogo".

Na opinião de Paula Santos, a presença do Presidente ucraniano no parlamento português, ainda que por videoconferência, apenas vai "animar a escalada da guerra e da confrontação" político-económica e militar, que "comporta riscos imensos para o mundo".

Zelensky simboliza um poder que "há oito anos ataca e massacra a própria população ucraniana na região do Donbass e elimina quem se lhe opõe", e que promove a "perseguição política", nomeadamente através da "ilegalização do Partido Comunista da Ucrânia", argumentou a líder da bancada comunista .

"Um poder que ao mesmo tempo enaltece os colaboracionistas das SS nazis na II Guerra Mundial e branqueia as suas atrocidades cometidas contra as populações da Ucrânia e da Polónia", acusou.

Paula Santos disse que o PCP "não tem nada a ver" com o Governo russo e o seu Presidente, Vladimir Putin: "A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos".

Questionada sobre que soluções aponta o PCP para a resolução do conflito, a dirigente comunista disse que "está claro" que as sanções económico-financeiras implementadas pela comunidade internacional contra a Rússia "não são solução nem para o conflito, nem é solução para os povos da Europa".

Face à insistência dos jornalistas, Paula Santos respondeu apenas que é "necessário que haja uma solução que permita encontrar um compromisso, que tenha em conta os diferentes interesses e que permita o diálogo".

"Não é pelo caminho que estamos a ver", prosseguiu a deputada, insistindo que a intervenção de Zelensky nos diferentes parlamentos "não é um contributo para a paz" por haver "um apelo" do Presidente ucraniano "à intervenção e participação" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) no conflito.