Madeira

Porto Santo lança sistema de gestão comunitária para recolha de embalagens PET

Sistema de depósito com retorno ao consumidor é o primeiro no país

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Foto: DR

O Porto Santo inaugurou a primeira máquina para recolha de embalagens PET, num plano pioneiro por ter o sistema de recompensas totalmente financiado por estabelecimentos comerciais, sem incentivos do Estado.

A máquina foi financiada pelo Programa Ambiente do Fundo EEAGrants, enquadrado no projeto ‘Porto Santo sem Lixo Marinho’.

Os utilizadores recebem vales de desconto quando colocam embalagens PET de bebidas na máquina de devolução que se encontra numa das lojas ‘Pingo Doce’ da Vila Baleira, a apoiante desta iniciativa. Os vales vão poder ser utilizados nos estabelecimentos aderentes que que auto-financiam o valor descontado nos produtos adquiridos.

“Este é um sistema inovador no contexto nacional. Têm sido verificadas grandes quebras de adesão dos estabelecimentos privados nos sistemas que são temporariamente financiados pelo Estado. Com esta iniciativa pretendemos trabalhar em contacto direto com a comunidade local e com os estabelecimentos comerciais do Porto Santo, garantindo co-responsabilização na redução do uso e no aumento da reciclagem dos resíduos plásticos, que muito têm contribuído para a poluição no Arquipélago da Madeira”, explica Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF, Organização Não Governamental de Ambiente promotora do projeto Porto Santo Sem Lixo Marinho, no qual se insere o lançamento deste sistema pioneiro.

População envolve-se pela redução do uso de plásticos

Para além da máquina para recolha de embalagens PET, um consórcio constituído pela ANP|WWF, a AIDGLOBAL, a Água e Resíduos da Madeira (ARM), a Câmara Municipal do Porto Santo e a ARDITI – com o apoio da WWF Noruega, da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas e do Pingo Doce – estabeleceu várias ações de sensibilização da população residente no Porto Santo e definiu um Plano de Gestão Comunitário que se desenvolve até 2025 e que tem sido fundamental para definição e acompanhamento de compromissos na gestão e redução do lixo marinho originado na ilha do Porto Santo.

Estabelecimentos comerciais, pescadores, comunidades educativas, administrações e poder político dialogam em sessões públicas de auscultação e na assinatura de compromissos transformacionais no que toca à redução do uso de plástico descartável e ao aumento das metas de reciclagem. 

“Queremos que o Porto Santo se mantenha na linha da frente para travar a fuga de plástico para o Oceano", considerou Nuno Filipe Melim Batista, presidente da Câmara Municipal do Porto Santo.

"Todos temos a responsabilidade de contribuir para a redução do plástico de uso único e o nosso município tem uma preocupação enorme em garantir as melhores práticas para preservar a biodiversidade da ilha do Porto Santo e do Oceano que a rodeia", acrescentou.

Amílcar Gonçalves, Presidente do Conselho de Administração da ARM reforçou que “a ilha do Porto Santo tem o potencial para se desenvolverem estes projetos inovadores e sustentáveis, que contribuem para a preservação da Região da Madeira. O envolvimento da comunidade do Porto Santo, sobretudo dos 37 empresários que aderiram ao projeto, é para nós o mais notável desta iniciativa, porque de facto temos todos um papel preponderante neste caminho rumo à sustentabilidade”.