Madeira

Albuquerque reconhece "abusos" na subsídio-dependência

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Miguel Albuquerque admitiu hoje que “há um conjunto de abusos” que “são feitos à custa do dinheiro do contribuinte”. Ou seja, que existe um desregramento na Região feito “à custa dos nossos impostos e que isso tem de ser rectificado”.

A reacção veio depois de ouvir um empresário do ramo de carpintaria - empresa Madeira Criativa - responsabilizar a falta de recursos humanos no mercado de trabalho muito por causa da existência de uma enorme carga de apoios financeiros direccionadas a pessoas desempregadas que preferem continuar nessa condição. O investidor também criticou a complacência do Instituto de Emprego que não actua como acha que deveria estar acontecer.

Tanto o empresário como o governante são de opinião que um desempregado “não pode rejeitar um emprego dizendo que não pode ou que não está apto”, afirmou Albuquerque, acrescentando que a Região “tem situações injustificadas”, reconhecendo nesse instante o ‘pecado’ do seu governo. De qualquer modo foi célere em frisar que é “favorável” à assistência de agregados “em situação de vulnerabilidade”. 

Aliás, Sandro Gama desafiara pouco tempo antes o Instituto de Emprego da Madeira a efectuar uma fiscalização mais rigorosa para acabar de vez com a falta de mão-de-obra em diferentes sectores de actividade. “Eu já não perco tempo com isso. Prefiro falar com os amigos. Não é deitado na cama que se cria riqueza. Criar riqueza é com trabalho, não é com outra coisa”, declarou.

O queixume do investidor mereceu palavras de concordância até de Rui Barreto, secretário regional da Economia, que estava ao lado do chefe do Executivo que não deixou de lembrar que a taxa de desemprego na Região apresenta níveis de decréscimo face a períodos homólogos.

Um momento para que apelasse à produtividade e criação de riqueza é que o país apresenta progresso, uma fórmula que tende a melhorar os índices da “coesão social”.

Declarações à porta da unidade, instalada no parque empresarial da Ribeira Brava, que factura mais de 1 milhão de euros ano mas que a pandemia trouxe constrangimentos sobretudo ao nível da mão-de-obra.