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Sobe para 11 o número de mortos em inundações no norte da Turquia

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O número de vítimas mortais nas inundações e nos deslizamentos de terra registados esta semana no norte da Turquia subiu para 11, anunciaram hoje as autoridades turcas, que também confirmaram que pelo menos uma pessoa está desaparecida.

O anterior balanço oficial dava conta de cinco vítimas mortais.

"Onze dos nossos concidadãos morreram devido às inundações na província de Kastamonu. As operações de busca prosseguem para tentar localizar uma pessoa desaparecida" na província vizinha de Bartin, informou a agência governamental responsável pela gestão de catástrofes e de emergências (identificada com a sigla AFAD), num comunicado.

As inundações e os deslizamentos de terra, que afectaram sobretudo as províncias costeiras de Bartin, Kastamonu e Sinop (localizadas junto ao mar Negro), foram provocadas por chuvas fortes que começaram na noite de terça-feira e que continuaram durante o dia de quarta-feira.

De acordo com a AFAD, só na província de Kastamonu choveu entre 200 e 300 litros de água por metro quadrado num período de 24 horas.

Em algumas localidades da região, o nível das águas subiu até aos quatro metros de altura, relataram as autoridades turcas, que descreveram ainda que as ruas nessas localidades se transformaram em cursos de água que arrastavam carros e sinais de trânsito.

"Este é um desastre que não testemunhávamos há 50 anos ou 100 anos, talvez. Foram registados níveis recorde de precipitação em alguns locais", declarou, na quarta-feira, o ministro da Agricultura e das Florestas turco, Bekir Pakdemirli.

A forte precipitação também provocou vários deslizamentos de terra, incluindo uma situação que envolveu o desabamento parcial de uma ponte rodoviária e que fez oito feridos, que foram transportados para o hospital.

As chuvas intensas e as consequentes inundações também provocaram danos em casas, estradas e deixaram cerca de 30 localidades sem eletricidade.

Mais de mil elementos socorristas estão mobilizados para prestar assistência às pessoas afectadas, segundo a AFAD.

Helicópteros das forças de segurança turcas foram igualmente destacados para a zona para socorrer as pessoas que procuraram refúgio nos telhados das casas e dos edifícios.

Em alguns casos, as pessoas esperaram cerca de 15 horas até serem resgatadas, segundo relatou o canal NTV.

O vice-ministro do Interior turco, Muhterem Ince, indicou hoje que um total de 634 pessoas foram retiradas por terra e por helicóptero nas três províncias atingidas por este desastre natural.

Este novo desastre natural em território turco acontece numa altura em que o país ainda está a lidar com os grandes incêndios que deflagraram no fim de julho, agravados por uma vaga de calor, na região sul, zona fortemente ligada ao turismo, que fizeram pelo menos oito mortos, mataram inúmeros animais e obrigaram à retirada de milhares de pessoas.

A Turquia tem sido atingida nos últimos meses por vários desastres naturais, nomeadamente secas e incêndios florestais, num momento em que muitos peritos estabelecem uma ligação entre o aquecimento global e estes fenómenos climáticos extremos.

Na sequência destes acontecimentos, vários políticos e associações têm exortado o Governo turco a avançar com medidas radicais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

A Turquia não ratificou o Acordo de Paris, compromisso climático à escala mundial firmado em dezembro de 2015 durante a conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) na capital francesa.