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Wall Street fecha em baixa com preocupação por avanço da variante Delta

Foto: EPA/DUMITRU DORU
Foto: EPA/DUMITRU DORU

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a cederem à inquietação com a propagação da variante delta do novo coronavírus e os títulos tecnológicos afetados pelas perspetivas dececionantes da Amazon.

Segundo os números definitivos da sessão, o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,42%, para os 34.935,47 pontos, o tecnológico Nasdaq recuou 0,71%, para as 14.672,68 unidades, e o alargado S&P500 abandonou 0,54%, para as 4.395,26.

No conjunto da semana, estes três índices apresentam ligeiras desvalorizações.

O conglomerado do comércio eletrónico Amazon, que na véspera anunciou vendas dececionantes no segundo trimestre, fechou em baixa de 7,56%, apesar de um crescimento nos lucros de 48%, para 7,8 mil milhões de dólares. O volume de negócios, apesar de ter crescido 27%, para 113,1 mil milhões de dólares, ficou abaixo das previsões em dois mil milhões de dólares.

Por outro lado, a Amazon foi multada no Luxemburgo em 746 milhões de euros por desrespeito das regras europeias sobre a proteção dos dados privados.

Sete dos 11 setores do S&P500 fecharam em baixa, desde logo o dos produtos de consumo (-2,84%), mas também o petrolífero (-1,85%).

Com a inquietação ligada à renovação das restrições face à propagação da variante delta do novo coronavirus, "tem-se a impressão de que as coisas positivas para os investidores já passaram", resumiu Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services.

"Os resultados das empresas foram de tal forma bons que é difícil imaginar que venham a ser melhores" no futuro, acrescentou.

"Algumas empresas beneficiaram com a pandemia, outras aproveitaram a recuperação da atividade económica, e onde nos encontramos, perante o desconhecido, não se sabe verdadeiramente em que direção se vai seguir", estimou.

Por seu lado, Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, realçou que "os investidores retiraram algum dinheiro da mesa" na última sessão do mês.

"Durante os últimos 10 anos, o mês de agosto foi o mais difícil para os mercados de ações", avisou, por sua parte, Kathy Lien, analista da BK Asset Management, estimando que os investidores "se estão a posicionar para as próximas semanas".

No plano macroeconómico, os indicadores foram positivos.

As despesas de consumo aumentaram um por cento em junho e a inflação continuou estável em termos mensais, se bem que atinja os quatro por cento em termos anuais.

Os investidores continuam preocupados "com as medidas chinesas contra as suas grandes empresas", sublinharam os analistas da Schwab.

Desde o início de julho, várias empresas chinesas cotadas em Wall Street foram sujeitas a restrições e investigações por parte de Pequim, o que provocou a sua desvalorização e criou volatilidade.

Hoje, a agência reguladora do mercado de capitais (SEC, na sigla em Inglês) anunciou uma intensificação dos pedidos de informação junto dos grupos chineses cotados em Wall Street.