Desporto

Daniel Meneses não se deixa intimidar por Rui Alves

"Nacional não pode continuar a reboque de uma ou duas pessoas", refere o candidato a presidente do clube

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Daniel Meneses, pela primeira vez candidato à presidência do C. D. Nacional, não se intimida por concorrer contra o actual presidente Rui Alves, candidato que está à frente do clube há mais de duas décadas e meia.

“A mim não me intimida”, assegura, com a justificação que esta sua candidatura tem como foco “olhar para o futuro” e por isso defende “um projecto novo para o Nacional”. Caso contrário, entende que “não seria oportuna a candidatura” que encabeça.

“Esta candidatura apresenta-se de forma a complementar lacunas que temos detectado em termos organizacionais e que tem resultado nestas subidas e descidas também do clube (futebol profissional)”. Outro dos objectivos é “devolver o clube aos sócios”, aproximando-os do clube “que é coisa que nós não temos visto nestes últimos anos”, critica.

A lista que lidera está também determinada em “trabalhar para o sócio. Abrir a casa ao sócio”. Tanto assim é que propõe “uma zona na tribuna destinada aos sócios”, cujo acesso seja feito através de sorteio. Outra questão que classifica de “muito importante” é a gestão dos estacionamentos no Estádio da Madeira. Entende que os estacionamentos devem ser geridos de forma a cativar os sócios “e dizer-lhes que também contamos com eles lá em cima (Choupana). Criar condições que possam se deslocar lá em cima com as suas famílias ou com os seus amigos, em grupos, e transformar aquele estádio, dar vida àquele estádio”, defende, ciente das dificuldades que muitos enfrentam quando se deslocam à Choupana.

Confiante por liderar “uma equipa motivada e jovem e com muitas ideias” que serão apresentadas de forma gradual até ao dia das eleições, 1 de Junho, Meneses espera que até ao sufrágio os sócios estejam devidamente esclarecidos e “cientes” do projecto que propõe para o clube ‘alvi-negro’.

Insinuações de Rui Alves desvalorizadas pelo adversário

Sobre os reparos feitos ontem por Rui Alves, Daniel Meneses garante não se sentir visado nos recados do candidato adversário: “Penso que isso deve ser para dentro da direcção dele”, reagiu.

Avisa que tem recebido “muitas mensagens de apoio” e que tem um projecto “montado” para deixar claro que não se revê nas insinuações do actual líder nacionalista.

De resto, contra-atacou com a decisão surpresa do clube ter “vetado” os treinos esta quinta-feira na Choupana, dia onde a candidatura de Daniel Meneses tinha programado fazer uma acção de campanha.

“O contratempo foi mais para os atletas que se estavam a preparar para o início do torneio que vai haver”, alegou. Mas não negou que “coincidência ou não, ontem (quinta-feira) era o dia que estava previsto nós fazermos um contacto directo, quer com atletas, quer com os pais dos atletas, para dar a conhecer o nosso projecto e ideias e angariar mais assinaturas, quando fomos surpreendidos pela suspensão total de toda a actividade lá em cima na Cidade Desportiva. Isso eu deixo para a família nacionalista tirar as suas conclusões”, concluiu.

Mas fez questão de lamentar o sucedido. “Fiquei triste pelos atletas”, complementou.

Questionado sobre alegada tentativa de boicote, procurou ser implícito na resposta:  “Tive pessoas que diziam que queriam assinar, mas não podiam assinar. Para bom entendedor meia palavra basta”, concluiu.

Nacional não pode continuar a reboque de uma ou duas pessoas

O sócio Daniel Meneses tem 43 anos e diz com orgulho que desde sempre o “único clube que conheceu, foi o CD Nacional”. Sublinha que foi “com prazer” que foi atleta nas camadas jovens do andebol do Clube. “Clube que eu vivo intensamente e essa vivência que tenho do clube levou a constituir uma equipa. Não é o Daniel que vai assumir. O Daniel está dando a cara a um projecto e a uma equipa fantástica que eu consegui reunir”, não deixando de reconhecer que havia entre os associados nacionalistas “outras pessoas extremamente válidas” que poderiam integrar a sua lista.

Sobre o clube actual, diz que “estes anos tem dado a sensação que o Nacional só pode ir a reboque de uma pessoa ou duas, e que sem essas pessoas o Nacional cai e morre. Isso é completamente mentira. O que tem havido é falta de espaço para que os sócios possam participar, quer na vida activa do clube, quer em projectos para o próprio clube. Infelizmente o clube fechou-se”, concretizou.

“Apesar de tudo o que se passou e se tem passado” regozija-se ter conseguido constituir uma lista e ter recolhido 138 assinaturas. “Conseguiríamos muito mais. A aceitação ao nosso projecto e à nossa intenção de levar o Clube para à frente foi muito bem aceite”, sublinha.

À porta da sede do C. D. Nacional, logo após ter oficializado a candidatura à presidência do Clube, fez votos que a eleição da lista que lidera “se concretize no dia 1 [de Junho] para no dia 2 estarmos aqui todos a assumir as nossas funções de liderança do clube”.