Reinventa-te meu Marítimo

Como sócio e apaixonado maritimista, venho por este meio deixar públicos dois ou três pontos de vista que julgo poderem ser válidos para não voltarmos a tremer das perninhas na próxima temporada. Ponto assente, na minha modesta opinião, passa por inverter de forma radical a aposta no futebol. Projeto viável e sustentável, nunca terá duas equipas seniores (B e sub-23) como recurso. É demasiado e irresponsável o que é gasto para uma realidade como a nossa, sobretudo, quando esse pseudo-projeto está desenhado em mais de 20 jogadores estrangeiros, a esmagadora maioria de qualidade cinzenta/invisível. Chegam com nomes bonitos e difíceis de pronunciar, mas, sinceramente, prefiro um Manuel, José, Zacarias ou o filho do João de qualquer banda da nossa terra. Temos em casa, sem chauvinismo, muito melhor material e a preço de saldo, passe a expressão. Seria uma bela forma de canalizar mais recursos financeiros no reforço da formação principal, aquela a que realmente todos dedicamos o foco. Depois, o Marítimo não pode ser mesa de ping-pong, na qual os treinadores saltam que nem bolas atiradas com frustração por parte de quem deveria era assumir responsabilidades. Eles precisam de estabilidade, apoio e de sentirem que estão protegidos. Por favor, parem com a dança. No que toca às contratações, por vezes, aqui chocando com a matemática, menos pode ser mais. É necessário garantir maior qualidade nos jogadores que vão chegar, esquecendo nacionalidades e origens, estatutos ou se pertencem a qualquer família real. De que serve ter o jogador mais rico do mundo, se o rapaz nasceu com dois pés esquerdos? Contudo, a qualidade, obviamente, tem ponto de origem e quem manda (presidente e restante administração da SAD) está, sem mais espaço de manobra, obrigado a mostrar trabalho com outro brilho e perspectivas futuras, como merece e sempre mereceu a fiel e apaixonada massa adepta verde-rubra. É que esta coisa de andar com a corda ao pescoço é incómoda, satura e magoa. Enfim, definitivamente, não foi desenhada para nós. Em 2021/22, se esta pandemia decidir pelo divórcio que tanto ansiamos, estaremos de volta às bancadas do Caldeirão para (como sempre) apoiar com toda a nossa força e lealdade, mas também exigimos o regresso de um Marítimo à Maior das Ilhas!

F.D.B.