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Israel diz ter bombardeado casa de figura de topo da liderança do Hamas

Foto  EPA/ALAA BADARNEH
Foto  EPA/ALAA BADARNEH

Militares israelitas disseram hoje ter bombardeado a casa de Khalil al-Hayeh, um dos líderes do Hamas, movimento que governa na Faixa de Gaza.

Os militares alegaram que a casa servia como parte do que classificaram como a "infraestrutura terrorista" do grupo.

Al-Hayeh é uma figura de topo da liderança política do Hamas em Gaza e o seu destino após o ataque não foi divulgado.

Este ataque surge depois de um outro bombardeamento israelita ter destruído hoje de manhã um edifício na cidade de Gaza que albergava os escritórios da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP e de outros meios de comunicação social.

Os funcionários da AP e outros inquilinos evacuaram o edifício em segurança depois de os militares terem telefonado a avisar que um ataque estava iminente.

Três mísseis atingiram o edifício de 12 andares, derrubando-o no meio de uma enorme nuvem de poeira.

Durante 15 anos, o escritório da AP no piso superior e o terraço no telhado foram um local privilegiado para cobrir os conflitos entre Israel e o Hamas, incluindo as guerras em 2009 e 2014.

"O mundo saberá menos sobre o que está a acontecer em Gaza por causa do que aconteceu hoje", disse o presidente da AP, Gary Pruitt, numa declaração.

"Estamos chocados e horrorizados com o facto de os militares israelitas atacarem e destruírem o edifício que alberga o gabinete da AP e outras organizações noticiosas em Gaza", disse.

"Este é um desenvolvimento incrivelmente perturbador. Evitámos por pouco uma terrível perda de vidas", afirmou, acrescentando que a AP estava a procurar informações junto do governo israelita e em contactos com o Departamento de Estado dos EUA para obter mais informações.

O edifício também albergava os escritórios da televisão Al-Jazeera, bem como apartamentos residenciais.

O exército israelita disse que o Hamas estava a operar dentro do edifício e acusou o grupo de utilizar jornalistas como escudos humanos, mas não forneceu quaisquer provas para sustentar as alegações.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas sediado em Nova Iorque exigiu a Israel que apresente "uma justificação detalhada e documentada" para o ataque.

"Este último ataque a um edifício há muito conhecido por Israel por albergar meios de comunicação internacionais levanta suspeitas de que as Forças de Defesa de Israel estão deliberadamente a atacar as instalações dos meios de comunicação para perturbar a cobertura do sofrimento humano em Gaza", disse o diretor executivo do da organização, Joel Simon, numa declaração.

Desde segunda-feira à noite, o Hamas disparou centenas de foguetes contra Israel, que retaliou com vários ataques contra a Faixa de Gaza.

Em Gaza, pelo menos 139 pessoas foram mortas, incluindo 39 crianças e em Israel, oito pessoas morreram, incluindo um homem morto por um foguete que atingiu Ramat Gan, um subúrbio de Tel Aviv.

A mais recente escalada de violência começou em Jerusalém e espalhou-se pela região durante a última semana, com confrontos israelo-árabes e tumultos em cidades mistas de Israel.

Houve também protestos palestinianos generalizados na sexta-feira na Cisjordânia, onde as forças israelitas alvejaram e mataram 11 pessoas.

O diplomata norte-americano Hady Amr chegou na sexta-feira à região como parte dos esforços de Washington para desanuviar o conflito, e o Conselho de Segurança das Nações Unidas marcou uma reunião para domingo.

De acordo com um funcionário egípcio, ouvido na sexta-feira, sob anonimato pela AP, Israel recusou uma proposta egípcia para uma trégua de um ano que os governantes do Hamas tinham aceitado.