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Marcelo destaca liderança portuguesa no clima e nos fundos comunitários

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O Presidente da República considerou hoje que a liderança portuguesa da União Europeia "marcou" em áreas como o clima e a libertação de fundos comunitários, salientando o papel "importante" que a Cimeira Social teve.

Em Esposende, no distrito de Braga, de visita a uma Loja Social dinamizada pela autarquia local, Marcelo Rebelo de Sousa apontou falhas à União Europeia, afirmando que esta "não tem estado muito atenta" ao sector social.

"A presidência portuguesa [do Conselho da União Europeia], neste tempo de pandemia, corria um risco, que era, além de ser discreta, de ser uma presidência que não marcasse, porque não tinha condições para marcar", começou por explicar o chefe de Estado.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal tinha "objectivos que eram bem pensados, mas eram ambiciosos" e conseguiu deixar marcas: "Marcou, à partida, logo na parte dos fundos. Estamos com a certeza quase absoluta que todo os países vão ratificar uma decisão da Comissão Europeia que permite libertar fundos. Foi bom", disse.

"Marcou depois no clima, haver acordo sobre a lei do clima, foi bom. Havia a dúvida sobre como é que seria a cimeira com a Índia. Correu bem. Abriu caminho para um acordo futuro comercial com uma grande potencia munida", continuou, enumerando, por fim, as "muitas dúvidas" sobre a Cimeira Social, que decorreu no Porto nos dias 07 e 08.

"Fazer uma Cimeira Social num momento em que ainda há pandemia, em que estamos a entrar numa crise social é completamente diferente de fazer num tempo em que Economia está a crescer", contextualizou, referindo que "quem paga as pandemias são os mais pobres, mais dependentes e mais lesados".

O chefe de Estado considerou, por isso, que o facto de a cimeira "ter existido e o chamar a atenção para problemas sociais é importante", deixando criticas à União Europeia.

"A Cimeira Social conseguiu chamar a atenção para a realidade social, que não tem sido uma realidade a que a União Europeia tenha estado muito atenta, nem nos tratados, nem na prática", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou também que a reunião de responsáveis no Porto teve ainda o mérito de "ter posto países muito diferentes, com economias muito diferentes, a velocidades muito diferentes a tratarem de ver se chegam a acordo quanto a certas metas sociais, não agora, mas depois do fim da pandemia".