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Seis pessoas mortas em naufrágio de barco ao largo da costa da Líbia

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Foto EPA

Pelo menos seis pessoas, incluindo uma criança, morreram afogadas quando um barco que transportava cerca de 45 migrantes afundou ao largo da Líbia, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas.

Safa Msehli, porta-voz da OIM, disse que o naufrágio teve lugar no domingo e que 40 migrantes foram resgatados.

Msehli acrescentou que o barco era uma das nove embarcações que transportavam mais de 700 migrantes, intercetados no domingo pela Guarda Costeira líbia, ao largo da costa do país magrebino.

"Enfrentam agora um destino semelhante ao que enfrentam milhares de outras pessoas vulneráveis que tentam fugir do país: detenção, extorsão e abuso", sublinhou a porta-voz da OIM.

A Líbia surgiu, nos últimos anos, como um ponto de trânsito dominante para os migrantes que fogem da guerra e da pobreza em África e no Médio Oriente.

No início deste mês, pelo menos 11 migrantes afogaram-se quando um barco que levava dezenas de pessoas virou ao largo da Líbia.

O mesmo aconteceu no mês de abril, em que, pelo menos, 130 migrantes foram supostamente mortos, numa das maiores tragédias marítimas desta rota migratória.

Nas últimas semanas, registou-se um pico nas travessias e tentativas de passagem a partir da Líbia, sendo que cerca de 7.000 migrantes foram intercetados e regressaram ao país durante este ano, de acordo com os dados oficiais da OIM.

Apesar de milhares de migrantes terem chegado a países europeus em segurança ou terem sido resgatados, há ainda um grande número de pessoas que não resiste às duras condições da viagem, uma vez que várias famílias são colocadas em barcos de borracha mal equipados e mal preparados para a rota mais perigosa do mar Mediterrâneo.

Também ocorre um número elevado de interceções, sendo que estas levam aos migrantes a regressarem à Líbia e são confinados em centros de detenção com más condições ou deixados à mercê de grupos armados, segundo dados de grupos de direitos humanos.

O país da região do Magrebe continua instável, após a queda de Muammar Kadhafi e do seu Governo em 2011, e é considerado um país inseguro devido à violência, guerra, tráfico de pessoas, abusos e detenções arbitrárias que ocorrem regularmente no país.

Desde o início de 2021, cerca de 150 migrantes morreram e outros 349 estão desaparecidos na rota central do Mediterrâneo.

Durante o mesmo período, 6.992 pessoas, constituídas por 6.066 homens, 545 mulheres e 335 crianças, foram intercetadas e detidas pela Guarda Costeira líbia, que está sob suspeita de alegadas ligações com as máfias envolvidas no negócio lucrativo do contrabando de pessoas nesta rota.