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Julgamento sobre morte de Floyd passa a fase de alegações finais na segunda-feira

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O julgamento do polícia acusado da morte do afro-americano George Floyd passa para a fase de alegações finais na segunda-feira, após duas semanas de audição de testemunhas e sem o acusado prestar depoimento, por opção sua.

As alegações finais do julgamento de Chauvin estão marcadas para segunda-feira, após as quais os jurados se pronunciarão sobre as acusações de homicídio e homicídio agravado contra o polícia que terá asfixiado George Floyd, em maio passado, em Minneapolis, EUA.

Hoje, a defesa terminou a audição de testemunhas e encerrou a sua participação anunciando que Derek Chauvin não prestaria depoimentos, invocando o direito ao silêncio ao abrigo da quinta emenda da Constituição.

A partir de segunda-feira, os jurados irão ficar isolados, para não serem influenciados por eventos externos ao julgamento, depois de a morte de um jovem negro nos arredores de Minneapolis, na noite de domingo, ter suscitado uma manifestação contra a violência policial e o racismo.

O julgamento avança para a sua fase final, depois de o juiz do julgamento do polícia Derek Chauvin ter rejeitado, na segunda-feira, um pedido da defesa para absolver o ex-agente.

O juiz Peter Cahill determinou a prossecução do julgamento de Derek Chauvin, apesar de os seus advogados de defesa terem alegado que os especialistas e as testemunhas tinham apresentado opiniões conflituantes sobre as causas da morte de George Floyd, em maio passado, asfixiado quando se encontrava sob escolta policial.

Ao longo dos últimos dois dias, Eric Nelson, advogado de defesa de Chauvin, procurou demonstrar que o polícia não terá abusado da força na detenção de George Floyd, convocando especialistas que procuraram demonstrar que a morte do afro-americano não foi o resultado da ação do agente.

Na terça-feira, Eric Nelson levou ao tribunal um especialista que tentou explicar que a ação de Derek Chauvin sobre Floyd foi justificada, atribuindo as culpas à forma como o afro-americano se comportou, não parando de resistir à detenção.

"É muito fácil julgar a conduta de um agente. É muito mais difícil estar no lugar dele, saber o que ele está a sentir, o medo que ele pode estar a ter", disse o especialista, em favor do comportamento de Chauvin, que considerou adequado.

Contudo, outros peritos e veteranos da polícia de Minneapolis, incluindo o próprio chefe de departamento, testemunharam que o joelho de Chauvin no pescoço de Floyd por cerca de nove minutos foi excessivo e contrário ao seu treino.

A pedido dos procuradores da acusação, ao longo da semana passada, especialistas médicos testemunharam que Floyd morreu por falta de oxigénio, já que a sua respiração foi cortada quando o polícia o agarrou, com as mãos algemadas atrás das costas e o rosto colado ao chão.

Pelo seu lado, a defesa levou ao tribunal um polícia aposentado que deteve Floyd há dois anos, quando o afro-americano foi acusado de uso de drogas.

O juiz aceitou ouvir esta testemunha - apesar dos protestos dos procuradores, que consideram não estar diretamente relacionada com o episódio da morte do afro-americano -, mas disse que foi "com o propósito limitado de mostrar os efeitos que a ingestão de opiáceos pode ou não ter no bem-estar de George Floyd".

Em maio de 2019, um ano antes da detenção que provocou a sua morte, Floyd foi detido e algemado na sua viatura, mostrando-se muito agitado, mas obedecendo às instruções policiais e saindo do carro sem oferecer resistência.

Durante a fase de acusação do julgamento, o vídeo de Floyd a pedir para que o polícia o deixasse respirar enquanto Chauvin mantinha um joelho sobre o seu pescoço foi exibido perante o júri juntamente com outras imagens de transeuntes que revelavam a morte do afro-americano de 46 anos.