Ao ler que o Papa Francisco instituiu em toda a Igreja este dia, como dia mundial dos pobres, dei por mim a pensar na temática e, um sentir muito incómodo invadiu todo o meu ser, baralhando o meu cérebro com muitas questões.

Uma delas, para mim muito pertinente, é esta que, a meu ver, é sempre actual: mas, quem são também os «pobres», actualmente?

Recuando aos ensinamentos da catequese, «pobre», era aquele a quem faltava o sustento e o abrigo. Mas, à medida que caminhamos no tempo e de esta realidade estar infelizmente bem presente, embora, a meu ver, muito tenha vindo a ser feito, amadurecemos no caminhar, e vários conceitos de «pobre» foram aparecendo. Hoje, nesta caminhada já um pouco longa, penso que estes conceitos estão bem presentes na actual sociedade, revestidos de formas que tanto afectam as famílias!

Senão vejamos: não serão também pobres os inúmeros jovens que terminaram o curso, só Deus sabe à custa de quanto sacrifício, e que, uma vez chegados à sua terra, vivem há alguns anos à sombra de programas, quando estes acontecem e muitos deles sem as regalias necessárias para um futuro mais risonho? Para mim, são uma outra variedade de «pobres» que precisam urgentemente que a mão de quem pode, se estenda, de modo a que, quando lhes for pedida a experiência profissional, tenham algum documento a apresentar, sendo o primeiro deles, o contributo que a oportunidade dada deu à saúde mental dos mesmos. Deixo esta pequena mas bem sentida e vivida reflexão de modo a que ela tenha eco e não se fique no papel. Que, «estes pobres» de quem hoje aqui falo, possam, no amanhã, dar a mão, a quem dela precisar.

Graziela Camacho