Madeira

Foi um “aguaceiro violentíssimo”

Os 19,1 litros de chuva por metro quadrado em 10 minutos que ontem caiu no Areeiro, foi dos maiores valores já registado na Madeira

Se é certo que nunca choveu tanto em tão pouco tempo no Areeiro como se verificou ontem à noite, onde em apenas 10 minutos foram registados 19,1 litros por metro quadrado (mm), já o recorde absoluto de precipitação em tão pouco tempo na Região remonta a Fevereiro de 1956, quando caiu o dobro da quantidade na cidade do Funchal.

Depois de já esta manhã avaliar o histórico de registos, Victor Prior, delegado regional do IPMA na Madeira, confirmou o valor brutal ocorrido ao princípio da noite de ontem no Chão do Areeiro.

“De acordo com os critérios relativos à classificação da intensidade das diferentes formas de precipitação líquida, considera-se um aguaceiro violento quando a precipitação é maior que 50 mm/h”, começou por esclarecer. “Assim – prosseguiu -, o valor registado ontem entre as 19:00 e as 19:10 UTC (19,1 mm), corresponde ao valor de 114,6 mm/h, pelo que facilmente podemos inferir que se tratou de um aguaceiro violentíssimo”, sublinha.

Nunca choveu tanto em tão pouco tempo como ontem no Chão do Areeiro

Em 10 minutos choveu 19,1 litros por metro quadrado. Ficou a 1 litro de atingir nível de aviso laranja para 1 hora de precipitação

Orlando Drumond , 01 Dezembro 2020 - 09:33

“No 20 de Fevereiro de 2010, os maiores valores em 10 minutos foram no Funchal 11,0 mm (66,0 mm/h) e no Areeiro 15,4 mm (92,4 mm/h). Portanto, bem abaixo do valor que foi registado ontem”

O meteorologista confirma de resto que “os 19,1 mm em 10 minutos insere-se nos maiores valores já registado na Madeira, mas é de referir que ainda recentemente, no dia 17 de Junho de 2020 entre as 15:00 e as 15:10 UTC, foram registados 23,6 mm em Porto Santo/Aeroporto e, no mesmo dia, praticamente não se registou precipitação significativa na Ilha da Madeira”, lembra.

Depois de ‘consultar os arquivos’, salienta de resto “que o maior valor em 10 minutos que existe nos registos do Observatório Meteorológico do Funchal é de 40 mm (240 mm/h), no dia 22 de Fevereiro de 1956”.

Em jeito de conclusão, Victor Prior lembra que “estas intensidades da precipitação, dependendo do local, são muitas vezes responsáveis por cheias repentinas e, consequentemente, por elevados estragos e prejuízos em diferentes infra-estruturas, principalmente em zonas urbanas”. Felizmente não foi o caso!

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