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Bolsonaro diz que não reconhece vitória de Biden porque "houve muita fraude"

FOTO ANTÓNIO LACERDA/EPA
FOTO ANTÓNIO LACERDA/EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse hoje que vai esperar mais algum tempo até congratular o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Joe Biden, considerando que "houve muita fraude" nas presidenciais norte-americanas.

"A imprensa não o divulga, mas eu tenho as minhas informações, e não serve de nada dizer-vos porque não as vão publicar, realmente houve muitas fraudes" nas eleições norte-americanas, disse o Presidente brasileiro, acrescentando: "Houve fraudes, isso ninguém discute, mas não sei se foram suficientes para definir a vitória de um ou de outro".

O Presidente do maior país sul-americano, conhecido pelo 'Trump dos Trópicos', e que não esconde a simpatia por Donald Trump, respondeu que vai "esperar mais um bocado" até reconhecer a vitória de Biden. Nas declarações aos jornalistas, Bolsonaro também expressou dúvidas sobre a votação eletrónica no Brasil, sugerindo que é vulnerável à fraude, e defendeu que o país devia voltar ao sistema das urnas nas presidenciais de 2022.

O presidente cessante norte-americano, Donald Trump, sofreu na sexta-feira mais uma derrota na justiça após um tribunal federal de apelação em Filadélfia ter rejeitado o último esforço dos seus representantes legais para contestar os resultados eleitorais no Estado da Pensilvânia. Os advogados de Donald Trump prometeram, no entanto, apelar para o Supremo Tribunal, apesar da avaliação dos juízes ter revelado que "as reivindicações da campanha não são válidas".

"Eleições livres e justas são a força vital da nossa democracia. As acusações de injustiça são graves. Mas chamar uma eleição injusta não significa que seja. As acusações exigem alegações específicas e, em seguida, provas. Não temos nenhum dos dois aqui", escreveu o juiz Stephanos Bibas, nomeado por Trump, e que integra um painel de três juízes, todos indicados por presidentes republicanos. Este pedido de contestação dos resultados eleitorais foi discutido na semana passada num tribunal federal pelo advogado de Donald Trump, Rudy Giuliani, que defendeu durante um discurso de cinco horas que a eleição presidencial deste ano tinha sido marcada por fraude generalizada na Pensilvânia. No entanto, nenhuma prova em concreto foi apresentada em tribunal. As autoridades da Pensilvânia anunciaram na terça-feira que tinham certificado a sua contagem de votos, a favor do presidente eleito Joe Biden, que derrotou Trump por mais de 80 mil votos naquele Estado.

Hoje, foi a vez de o Wisconsin confirmar a vitória de Biden. A nível nacional, o presidente eleito, Joe Biden, e a vice-presidente Kamala Harris obtiveram perto de 80 milhões de votos, um recorde nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Desde as eleições, em 3 de Novembro, Trump e a sua equipa têm apelidado a votação como fraudulenta e apresentaram uma série de ações judiciais para tentar bloquear os resultados em seis estados-chave para o desfecho da eleição. Até agora têm obtido pouca 'simpatia' por parte dos juízes, com praticamente todos a rejeitarem as reclamações sobre a suposta falha de segurança nos votos por correio, utilizados por milhões de pessoas devido à pandemia de covid-19.

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