Fontanários da Calheta com a água estagnada

«As fontes», como os calhetenses habitualmente os chamam, quase a celebrar cem anos, foram alvo de uma recente operação de cosmética por parte da Autarquia, tendo a pintura e os novos azulejos sido amplamente fotografados e publicitados nas redes sociais.

Mas, o que é que tem sido feito em relação à qualidade da sua água?

Na minha adolescência (anos 80, princípio dos anos 90), quando ajudava os meus avós e pais nas lides da agricultura, as “fontes” proporcionaram-me momentos refrescantes e que “me sabiam pela vida”!

Recordo-me também de uma senhora que, muito simpaticamente, oferecia um jarro de água fresca e advertia: “Não bebas água dessa fonte, porque caem lagartixas no depósito!”.

Hoje em dia, são muito menos utilizados, pelo que a água fica estagnada, já que os seus reservatórios, que nunca sofreram melhoramentos, não são esvaziados, limpos ou desinfetados.

Desconhecem-se os resultados das análises à água, se as mesmas são feitas e com que periodicidade.

Embora os depósitos domésticos de água potável tenham sido já eliminados em muitas localidades madeirenses, na Calheta continuam a ser utilizados, já que o caudal em muitas zonas é reduzido. Acresce que em muitos locais deste concelho, as canalizações de água, incluindo as que fornecem os fontanários, passam a céu aberto, ou seja, por cima do alcatrão. Atente-se que nesses locais, fazer o abastecimento direto da rede para as torneiras dos munícipes ou dos fontanários poderia originar queimaduras, já que no pico do verão atingem temperaturas muito elevadas.

Se é questionável a utilização de “depósitos”, se não foram melhorados os reservatórios dos fontenários, sendo os mesmos muito menos utilizados nos últimos anos, e desconhecendo-se qualquer operação de limpeza dos mesmos,

pergunto-me: qual será a qualidade desta água? Será potável?

Alcindo Costa

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