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Crise económica vai fazer Guiné Equatorial aceitar reformas do FMI

Os analistas da Economist prevêem uma recessão de 4,9% este ano para a Guiné Equatorial.
Os analistas da Economist prevêem uma recessão de 4,9% este ano para a Guiné Equatorial.

A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a Guiné Equatorial vai acabar por aceitar um conjunto de reformas políticas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) devido às dificuldades económicas, que motivarão uma recessão de 4,9% este ano.

“Apesar de esperamos atrasos nas negociações, a crescente gravidade da crise de liquidez vai forçar o Governo da Guiné Equatorial a aceitar os ajustamentos de políticas exigidos pelo FMI”, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica ‘The Economist’.

Numa análise ao país, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da Economist escrevem que “chegar a acordo com o FMI vai ser difícil devido à escassez de dados macroeconómicos e pela feroz resistência dos interesses escondidos que beneficiam da opacidade do Governo”.

No sábado, a Lusa noticiou, citando o porta-voz do FMI, que a segunda ronda de negociações com o Fundo deverá acontecer nas próximas semanas e que o montante envolvido na eventual assistência financeira que o Fundo pode dar não tem um limite definido à partida, dependendo das condições da ajuda envolvida.

Os analistas da Economist prevêem “uma recessão de 4,9% este ano, que acumula com a quebra de 7,5% que deve ter sido registada no ano passado”, e antecipam uma redução do crescimento negativo nos próximos anos, mas salientam que tudo depende de como evoluir a produção de petróleo, também ela em queda nos últimos anos e sem perspectiva de melhorar.

No que diz respeito às relações internacionais, a EIU prevê que o Governo liderado por Teodoro Obiang “vai tentar fortalecer as relações através das diplomacia económica”, mas salienta que “as relações com os Governos ocidentais deverão permanecer tensas”, não só pelo julgamento que decorre em França, no qual o vice-presidente e filho do Presidente é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, mas também pela actividade das organizações não governamentais.

“Os esforços dos activistas internacionais para chamar a atenção para a alegada corrupção na Guiné Equatorial, em conjunto com o fraco historial do país em termos de direitos humanos, deverá fazer com que outros governos ocidentais mantenham a distância”, prevê a EIU.

Com os Estados Unidos, o panorama é também de afastamento, “uma vez que o crescimento da produção de gás e petróleo de xisto reduz a dependência destas matérias-primas da Guiné Equatorial”.