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Trabalhadores da Embraer iniciam greve por tempo indeterminado por melhorias salariais

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Os trabalhadores do setor metalúrgico do fabricante de aviões brasileiro Embraer iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado para exigir um aumento salarial e a assinatura de um acordo coletivo.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa a Embraer nas negociações, explicou, em comunicado, que propôs um reajuste salarial com base na inflação, de 5,05 %, enquanto os trabalhadores da fábrica reivindicam 11%.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, "a recusa" da Embraer em "aplicar um aumento real dos salários" levou à paralisação dos 6.000 trabalhadores da área de produção da unidade de São José dos Campos, município que é um polo industrial e tecnológico fundamental do estado de São Paulo.

A greve procura tornar pública "a insatisfação" dos funcionários com a política da Embraer, afirmou o dirigente sindical Herbert Claros.

"A fábrica está a bater recordes de rentabilidade, receitas e carteira de encomendas. Agora é o momento de partilhar estes resultados com quem trabalha na produção", lê-se no comunicado do sindicato.

A Embraer afirmou, em nota enviada à agência espanhola Efe, que as fábricas continuam a operar "de forma normal" em todo o país e considerou "estranha" a ação levada a cabo pelos trabalhadores de São José dos Campos, uma vez que as negociações salariais ainda estão em curso.

A empresa detalhou ainda que a proposta apresentada na véspera prevê um reajuste salarial de 5,5%.

O sindicato recordou que o presidente da companhia aeronáutica, Francisco Gomes Neto, declarou publicamente que as ações da empresa valorizaram 350% nos últimos seis anos.

A Embraer é fabricante e líder mundial de aeronaves comerciais até 150 lugares, tem mais de 100 clientes em todo o mundo e mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, no continente americano, África, Ásia e Europa.

Em Portugal, a Embraer é acionista maioritária da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, com 65% do capital.