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A visibilidade do invisível

Da área ambiental se diz que é importante pensar global para agir localmente

Neste meu primeiro artigo, quero, antes de mais, agradecer o convite do DIÁRIO para integrar este espaço de opinião, que assumo com a convicção de que a possibilidade de comunicar é algo de importante e essencial para qualquer decisor público e para quem trabalha em prol de um coletivo. Esta é, portanto, uma estreia que acompanha uma outra que passou a integrar, desde o dia 3 de novembro, a minha vida, ao assumir a vice-presidência da Câmara Municipal de Santa Cruz.

Estes dois desafios terão, da minha parte, a posição ética que rege todas as minhas ações enquanto parte integrante de uma sociedade, sendo que o que me move é deixar um exemplo para os meus filhos e um legado de trabalho para a população que jurei servir.

Neste sentido, é relevante assumir uma área que integra um capital de futuro bastante importante: a área ambiental. O ambiente e os seus desafios têm estado no centro do debate regional, nacional e mundial, mas esta relevância teórica nem sempre tem sido associada a uma práxis que transforme a agenda de discussão numa eficiente mudança prática, que é urgente e necessária.

Da área ambiental se diz que é importante pensar global para agir localmente. Acredito que este seja um bom princípio e Santa Cruz irá assumir a sua parte em alguns vetores essenciais, como a reabilitação e renovação das redes de água e saneamento, e uma mais eficaz gestão em termos de limpeza dos espaços públicos e recolha de Resíduos Sólidos Urbanos, com a respetiva componente da reciclagem.

Destaco, nesta agenda de trabalho, os 5 milhões de euros que estão previstos para a recuperação e adequação das redes de água e saneamento, naquele que é um trabalho invisível, mas que, quando falha, a sua visibilidade é bastante clara em termos do que é sentido pela população, mas também em termos de custos para o ambiente. A água, por exemplo, como bem escasso, torna necessário e relevante todo um trabalho que, no caso de Santa Cruz, está a recuperar décadas de desinvestimento e desadequação face ao crescimento populacional registado, nomeadamente com o surgimento de núcleos habitacionais que geraram pressão nas infraestruturas existentes, as quais depressa se tornaram obsoletas e nitidamente subdimensionadas.

Investir nestas áreas é, por isso, não apenas uma necessidade, mas um imperativo de responsabilidade ética face ao futuro, numa ótica de melhoria dos serviços prestados, e num compromisso para com o ambiente enquanto desafio e legado para as gerações vindouras.