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Madeira

José Eduardo Franco recebeu o doutoramento Honoris Causa em Paris

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O historiador madeirense recebeu esta tarde o doutoramento Honoris Causa em França numa cerimónia solene que decorreu na Universidade de Paris Panthéon-Assas.

O cerimónia contou com a presença de diversos acadêmicos de vários países e de diversas individualidades sendo presidido pelo reitor da Universidade de Paris-Panthéon-Assas, Stephane Braconnier.

Também marcou presença uma comitiva portuguesa, a destacar o reitor da Universidade de Lisboa, Luis Ferreira,l e a vice-reitora da Universidade Aberta, Sandra Caeiro, entre outros investigadores e acadêmicos.

O reitor da universidade francesa destacou o trabalho académico dos 7 laureados com o douramento Honoris Causa, sendo que o mais novo laureado é o historiador madeirense, José Eduardo Franco.

Após receber a distinção o madeirense laureado, José Eduardo Franco, começou a sua intervenção dizendo saúdo o professor e historiador francês Fabrice d’Almeida pelo elogio, que muito agradeço e na, sua pessoa, às colegas e aos colegas do Departamento de Sciences de l'Information et de la Communication de l'Université Paris - Panthéon-Assas com quem tenho tido o gosto e honra de cooperar academicamente ao longo dos últimos anos.

O historiador madeirense saudou ainda os seus colegas professores hoje aqui agraciados com esta mesma distinção, honrado em acompanhá-los neste acto solene.

“Saúdo Colegas e Autoridades Políticas e Académicas do continente português e da minha querida Ilha da Madeira, cuja presença nesta cerimónia reveste-se de um significado particular e que agradeço de modo muito sentido.

Saúdo vivamente todos os presentes, de modo muito especial os meus compatriotas de Portugal, colegas e amigos de caminhada académica e de vida, cuja presença muito agradeço e muito me honra.

Recebo das suas mãos, Ilustríssimo Presidente desta muito prestigiada Universidade, este título de Doutor Honoris Causa, com razão e emoção nesta que é celebrada mundialmente como a Cidade da Luzes e um dos centros do mundo mais importantes da promoção do conhecimento assente no ideário historicamente afirmado da razão crítica e na ciência.

Recebo esta distinção emocionado com gratidão sentida por diferentes níveis de razões.

Por ser em Paris e em França reveste-se esta distinção de um significado especial pelos laços históricos que aproximam Portugal de França ao longo de quase um milénio de história.

Portugal e França têm um ADN comum. A meu país foi fundado há 900 anos sob a liderança de um jovem, Dom Afonso Henriques, nosso primeiro rei, filho de um pai francês, o conde Dom Henrique de Borgonha.

França, e Paris em especial, tem sido destino privilegiado da Peregrinatio academica portuguesa, uma das nossas 7ª diásporas. Ao longo de séculos, muitos estudantes, professores, intelectuais e artistas portugueses encontraram nas universidades francesas lugar de alta qualificação, trazendo depois para Portugal ideias novas e ciência avançada para favorecer o seu progresso político, social e cultural. Alguns celebrizaram-se nesta cidade como o humanista André de Gouveia, que foi Principal Colégio de Santa Barbara e depois Reitor da Universidade de Paris no século XVI, referiu.

Salientou ainda que também outros, no campo literário e artístico, como Eça de Queirós, António Soares dos Reis, Amadeu Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Helena Vieira da Silva, só para referir alguns.

Em França, e em Paris em particular, encontraram refúgio e acolhimento a diáspora portuguesa dos exilados políticos expulsos de Portugal na sequência da queda e assunção de diferentes regimes políticos desde o século XIX até à ditadura do Estado Novo terminada pela ousada Revolução dos Cravos de 25 de abril 1974, que abriu caminho para a instauração da Democracia que hoje desfrutamos com já 50 anos e que temos dever de proteger e aperfeiçoar. Só a título de exemplo podemos lembrar Mário Soares, considerado um dos pais da nossa democracia.