Acórdão de homem que matou esposa em Machico adiado para sexta-feira
O colectivo de juízas do tribunal do Funchal (Edifício 2000) que está a julgar o homem que matou a esposa, a 30 de Outubro de 2024, em Machico, adiou a leitura do acórdão que estava prevista para o início da tarde desta terça-feira. A decisão sobre o caso será conhecida na sexta-feira, às 14h15.
No início da sessão de hoje, a juíza Teresa de Sousa comunicou uma alteração não substancial de factos, que não constavam da acusação do Ministério Público e que resultaram da conjugação dos depoimentos dos dois filhos do casal e do próprio arguido. Em concreto, o colectivo de juízas anotou que Javier Wolff aproveitou o dia de folga da sua mulher, esteticista de profissão, para cometer o crime. Também registou que o arguido perguntou insistentemente à filha menor quando é que esta ia para a escola. São factos que eventualmente podem indiciar uma premeditação do crime, o que pode agravar a pena.
Recorde-se que o cidadão argentino-venezuelano Javier Wolff matou a mulher com três pancadas com uma barra de ferro na cabeça, enquanto esta dormia na sua cama. O crime aconteceu na manhã de 30 de Outubro de 2024, na moradia onde o casal residia, juntamente com os seus dois filhos, na Vereda do Barqueiro, em Machico. Logo após cometer o crime, o homem dirigiu-se ao Caniçal, onde tentou pôr termo à própria vida. Acabou por ser detido e, depois de hospitalizado, ficou em prisão preventiva.
No decorrer do julgamento veio a confirmar-se que, nas semanas anteriores à tragédia, a mulher ameaçara divorciar-se e que o arguido não lidava bem com o facto de a esposa conviver com uma amiga lésbica.
Na última sessão de julgamento, Javier Wolff pediu a palavra para confessar o crime, assumiu-se arrependido mas não conseguiu explicar o que o levou a cometer aquele acto.