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Autores da Ribeira Brava discutem os desafios da escrita

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'Os desafios da escrita' foi o tema da tertúlia que juntou Nulita Andrade, Paulo Pereira e José Corte, três escritores da Ribeira Brava com obras publicadas, onde explicaram a importância de deixar algo escrito para o futuro. Esta foi uma das iniciativas de hoje da Semana da Cultura da Ribeira Brava.

Autora do livro ‘O Visconde da Ribeira Brava na Primeira República’ que resultou de um trabalho académico, Nulita Andrade falou da importância desta obra não só para o concelho da Ribeira Brava, mas também para a Madeira, onde o Visconde teve uma grande influência no desenvolvimento da ilha. Foram várias as dificuldades sentidas ao longo de todo o processo, a começar pelo avultado número de fontes com informações sobre Francisco Correia de Herédia.

“Este livro não é um romance, é um trabalho rigoroso”, assume a autora e investigadora, destacando a seriedade e o rigor da informação recolhida.

A conexão com o tema deriva de ser natural da Ribeira Brava e do facto de muito ter ouvido falar do Visconde sem saber muito bem quem era. Abordou, portanto, o seu papel na Primeira República, entre 1910 e 1918, onde teve uma projeção local e nacional.

“A Madeira tem vários viscondes, mas nem todos tiveram a projeção que este teve, pois Francisco Correia de Herédia teve uma atividade política que não se circunscreve à Ribeira Brava, pois ocupou vários cargos políticos na Vidigueira e em Lisboa”, salientou.

O próximo projecto poderá ser um novo livro sobre o Visconde, desta vez durante a Monarquia Constitucional.

Paulo Pereira, autor do livro ‘O mundo não para e as palavras também não’ escreveu-o após ter saído da banca. O projeto muito pessoal surgiu com naturalidade e junta alguns pensamentos. Não planeia lançar novo livro num futuro próximo, apesar de acreditar que as palavras têm o peso de motivar.

José Côrte, professor na Escola Padre Manuel Álvares e autor de dois livros, um deles, infantil, acredita que quanto mais mundo a pessoa tiver, fruto das viagens e das vivências, mais criatividade terá para a escrita. Filho de emigrantes oriundos da Venezuela, sentiu a dificuldade da língua portuguesa quando chegou à Madeira. Esta situação obrigou-o a pesquisar sobre a oralidade portuguesa o que acabou por dar origem ao livro ‘Às Voltas’. Confessa as dificuldades em publicar um livro com meios próprios, mas mantém a vontade de voltar à escrita.