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Procurador venezuelano anuncia detenção de mais 2 dirigentes ligados a líder da oposição

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As autoridades venezuelanas detiveram mais dois dirigentes do partido Vente Venezuela (VV), liderado pela opositora Maria Corina Machado, por alegado envolvimento em planos conspirativos e para gerar violência durante as eleições presidenciais de julho.

As detenções de Henry Alviarez e Dignora Hernández, foram confirmadas pelo Procurador-geral, Tarek William Saab, e elevam para nove o número de políticos presos nas últimas semanas, sete deles do VV e dois do partido Causa R.

Segundo Saab, as detenções foram decididas com base em informações prestadas por Emil Brandt Ulloa, coordenador do VV detido em 08 de março.

"Foi um processo limpo. Vamos ver o que vão dizer as ONG pagas pela USAID [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional] e se são desaparecimentos forçados", disse procurador.

O Ministério Público, adiantou, emitiu ordens de detenção de outros sete dirigentes do VV: Oswaldo Bracho, Pedro Urruchurtu, Omar González, Humberto Villalobos, Cláudia Macero, Fernando Martínez Mótola e Magalli Meda.

O procurador explicou que uma "confissão" de Ulloa deu conta de um plano para tomar instalações militares e gerar ações violentas nas ruas e insistiu que os detidos não podem ser chamados de "presos políticos", mas sim "conspiradores e desestabilizadores".

Saab alegou que em 06 de dezembro de 2023, em Caracas, Magallí Meda e Henry Alviarez deram instruções sobre "ações desestabilizadoras" para forçar a "qualificação de Maria Corina Machado", cuja candidatura tinha sido bloqueado pela Justiça, incluindo "incitar à violência e provocar a atuação de militares e polícias para se vitimizarem e ativar a desestabilização progressiva do país".

Alviarez é ainda acusado de tentar contatar o general reformado Oswaldo Bracho, "responsável pela coordenação das forças armadas no exílio", juntamente com os políticos opositores exilados Julio Borges e António Ledezma, tendo como objetivo controlar o Estado.

Saab acusou ainda a campanha de Maria Corina Machado de receber financiamento internacional através de organizações defensoras dos Direitos Humanos.

A Venezuela realiza eleições presidenciais no próximo 28 de julho, nas quais o Presidente Nicolás Maduro será candidato para um terceiro mandato de seis anos.

Em outubro de 2023, Maria Corina Machado venceu as primárias da oposição, tendo sido eleita como candidata única da oposição contra Maduro, mas foi desqualificada para o exercício de cargos públicos.

Machado insiste que se candidatará e que está mandatada para tal por quase três milhões de venezuelanos que participaram nas primárias. Diz nunca ter sido notificada de um procedimento contra si e que a desqualificação só seria válida após um julgamento e uma sentença definitiva de um tribunal.

As inscrições de candidatos para as próximas eleições presidenciais venezuelanas vão decorrer entre 21 e 25 de março.