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eleições legislativas Madeira

PTP apenas “aqueceu motores” para as regionais

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Foto Miguel Espada/ Aspress

O Partido Trabalhista Português (PTP), cuja candidatura pelo círculo eleitoral da Madeira foi encabeçada por Raquel Coelho e, pelo seu pai, José Manuel Coelho, pelo círculo eleitoral de Lisboa, obteve respectivamente, 0,48 % (719 votos) e 0,04 % (2.498 votos).

A empresária e ex-deputada na Assembleia Legislativa da Madeira desvalorizou o resultado, realçando que o PTP apenas “aqueceu motores” para uma eventuais eleições regionais antecipadas.

“Para um partido de índole regional e com implementação apenas na Região Autónoma da Madeira, como é o caso do Partido Trabalhista Português, estas eleições, como são umas eleições que funcionam muito com a dinâmica a nível nacional, obviamente que é apenas um aquecer o motor para umas eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira”, afirmou em conversa telefónica com o DIÁRIO/ TSF-Madeira.

Isto – vincou – “se o Presidente Marcelo fizer aquilo que é correcto para a Região Autónoma da Madeira”.

“Vamos aguardar em conformidade, vamos trabalhar, não vamos mudar. A nossa luta é a mesma desde o primeiro dia: combater as injustiças, combater a corrupção, ser a voz daqueles que não têm voz, das minorias que os Chega despreza e ostracisa. Vamos ser fiéis a nós próprios e vamos contar com a confiança dos eleitores da Madeira e do Porto Santo”, transmitiu a cabeça-de-lista.

Quanto aos resultados globais, Raquel Coelho admitiu que os trabalhistas vêem com apreensão a “ascensão da extrema-direita em Portugal”, que considera ser consequência do “descrédito dos partidos tradicionais, do arco do poder, sobretudo do Partido Socialista”.

“As pessoas nas últimas eleições legislativas nacionais deram uma maioria absoluta ao Partido Socialista, a António Costa, exactamente para travar o efeito Chega e para travar a extrema-direita em Portugal. E o que é que faz o Partido Socialista assim que se apanha com uma maioria absoluta? Sucumbe ao pântano que é a cultura latina no nosso país: a corrupção, os esquemas, a cunha, o compadrio, o tráfico de influencias (…)”, sentencia Raquel Coelho.

“Traída essa confiança dos eleitores obviamente que a direita conseguiu galgar terreno, infelizmente”, insiste a candidata trabalhista.

Por outro lado, na sua opinião, esta talvez seja “a única forma de cair o mito do Chega e do André Ventura”.

“Existe um voto no Chega que é o voto xenófobo, racista e discriminatório contra as minorias, mas também existe o voto de protesto, de quem está desconte com a partidocracia tradicional. Esse voto de protesto vai perceber rapidamente que cometeu um erro muito grande em apostar no Chega, na direita e na extrema direita em Portugal, porque vão defraudar as suas expectativas”, sustenta.

Raquel Coelho refere a propósito que “a última vez que a direita nos governou em Portugal ia-nos deixando a pão e agua”.

“Temo que esses tempos tenebrosos de Passos Coelho possam regressar, mas só assim talvez os portugueses perceberão que não podem depositar as suas esperanças de um país de melhor na extrema-direita”, resume.

Raquel Coelho rejeita ainda a hipótese destes resultados repetirem-se em cenário de regionais.

“Eu acho que os resultados são bem diferentes, há uma dinâmica nacional e há uma dinâmica regional e acho que as pessoas sabem bem diferenciar estes actos eleitorais”, disse.