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Economia da Venezuela registou contração de 1,2% em 2023

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A economia da Venezuela registou uma contração de 1,2% em 2023, em comparação com um crescimento de 12,1% em 2022, de acordo com dados divulgados sexta-feira pelo Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).

Os dados do OVF, uma organização civil composta por peritos económicos, contrastam com o crescimento económico de 5% anunciado a 15 de janeiro, no parlamento, pelo Presidente Nicolás Maduro.

Segundo o observatório, durante o terceiro e quatro trimestres de 2023 a economia registou um crescimento em termos anuais de 2,4% e 1%, respetivamente, tendo conseguido recuperar das quedas de 3,3% e 5,8% registadas no primeiro e segundo trimestres do ano.

"Durante o terceiro e quarto trimestres, a economia conseguiu recuperar-se, mas a um nível insuficiente para inverter os declínios dos primeiros seis meses", explicou o OVF, em um comunicado divulgado na Internet.

Por outro lado, o observatório explicou que houve uma queda das despesas reais dos consumidores, refletida numa descida das receitas reais do IVA e uma contração real das despesas públicas.

"A liquidez monetária real durante o quarto trimestre refletiu também uma menor atividade de transação, como expressão da menor produção e vendas registadas pelos setores da indústria transformadora e do comércio. A não recuperação do poder de compra e do rendimento das famílias está na origem deste desempenho económico pouco animador", explicou o OVF.

O comunicado precisou ainda que a média anual do Indicador de Atividade Económica caiu de 59,6 em 2022 para 58,9 em 2023.

O OVF explicou ainda que houve uma diminuição da atividade económica não petrolífera (-10%), que não foi compensada pelo crescimento médio de 12,4% da atividade petrolífera, em 2023.

A atividade não petrolífera representa 88% do Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela e a sua dinâmica exerce um efeito dominante no desempenho da economia, sublinhou o observatório.

Em 15 de janeiro Maduro disse que a Venezuela registou um crescimento económico de 5% em 2023, ano em que conseguiu ainda reduzir a inflação em 33%.

O Presidente disse que houve um "crescimento real e tangível da economia petrolífera e não petrolífera".

Maduro falava na Assembleia Nacional durante o ato anual de apresentação de "memória e contas" correspondente ao ano de 2023, onde insistiu que, apesar das sanções internacionais, a Venezuela regista dez trimestres consecutivos de crescimento económico de 5%.

O chefe de Estado explicou que a atividade petrolífera venezuelana "cresceu 12,99% no terceiro trimestre de 2023, com um aumento de 14,5% da extração de petróleo e gás natural, gerando um aumento das exportações petrolíferas de 60,46%".

Segundo Maduro, a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA conseguiu superar as adversidades criadas pelas sanções internacionais e "por máfias que passaram por várias administrações", terminando 2023 "com um ingresso de 6.230 milhões de dólares" (aproximadamente 6.690 milhões de euros).

Durante a apresentação, Maduro explicou que a Venezuela prevê um crescimento de 8% do PIB em 2024 e que o Governo continuará a diversificar a economia local, para a tornar cada vez menos dependente do rendimento petrolífero.