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Luta tecnológica entre os Estados Unidos da América e a China

A China encontra-se, atualmente, numa maratona tecnológica para ultrapassar os Estados Unidos da América (EUA). Neste campo, os seus objetivos são alcançar a liderança tecnológica e garantir a sua cibersegurança. Neste sentido, em 2017, foi aprovada a lei de Intelligence chinesa que obriga a todos os indivíduos e empresas a cooperar e fornecer informação às autoridades chinesas.

A preocupação dos EUA pelo vínculo das empresas chinesas com o governo chinês levou a administração de Donald Trump, em 2019, a assinalar a empresa chinesa, Huawei, como uma ameaça à segurança nacional, colocando-a na Entity List do Departamento de Comércio dos EUA e proibindo às empresas estadunidenses qualquer tipo de relação comercial com a gigante tecnológica. Outros países como a Austrália, o Reino Unido e a Nova Zelândia impediram a tecnologia 5G da Huawei por motivos de segurança nacional.

Por outro lado, Pequim não possui o know-how para a produção de semicondutores com alto valor agregado. Os principais fornecedores deste produto no mercado mundial são os seus principais rivais geopolíticos, nomeadamente, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e EUA. Para diminuir a dependência tecnológica do estrangeiro, a China investiu grandes quantidades de dinheiro e subsidiou as empresas chinesas com o intuito de criar uma indústria nacional de semicondutores. Além disso, o governo chinês desenvolveu um plano chamado “Feito na China” que pretende reduzir as quotas de importação de semicondutores até 2025 e comprou firmas estrangeiras com o propósito de adquirir novas tecnologias. Não obstante, algumas empresas chinesas têm sido acusadas de roubo de propriedade intelectual como foi o caso da já referida Huawei.

Contudo, o calcanhar de Aquiles da China consiste na forte dependência da tecnologia estrangeira para a fabricação de semicondutores, especialmente de empresas estadunidenses. Os chips têm um papel fulcral para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e a sua aplicação no campo militar. Além disso, as redes 5G transportam grandes quantidades de informação. Atingindo a superioridade tecnológica, a China conseguirá desenvolver e fortalecer o seu poderio económico e militar.

Em suma, os EUA pretende impedir a transferência de tecnologia das empresas estadunidenses para as empresas chinesas. Para proteger a sua economia, existe o Committee on Foreign Investment in the United States, cuja função é supervisionar a compra estrangeira de bens estratégicos estadunidenses. A título de exemplo, podemos mencionar a parceria entre a Advanced Micro Devices (AMD) e a empresa chinesa Sugon, em 2016, que foi escrutinada pelas autoridades estadunidenses a pedido da Intel. O certo é que a China está a desenvolver uma tecnologia militar baseada na IA, priorizando e garantindo a sua segurança e defesa no âmbito internacional e reduzindo a distância tecnológica para com os EUA.