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Madeira

O PAN “não é credível” acusa o líder do movimento contra o teleférico no Curral das Freiras

David Francisco admite suspender as acções na expectativa que o projecto caia com a crise política

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Foto: Arquivo/OD

Com os recentes desenvolvimentos que ameaçam ‘fazer cair’ o projecto do teleférico no Curral das Freiras, o movimento ‘É possível impedir a destruição do Paredão e da Boca da Corrida’ admite suspender por tempo indeterminado as actividades que vinha promovendo de contestação ao referido projecto.

Uma decisão que deverá ser tomada esta segunda-feira pelo grupo de trabalho liderado por David Francisco, sendo certo que vão continuar atentos ao desenrolar dos acontecimentos, cientes que muitas vezes “o dinheiro fala sempre muito alto”.

Este domingo o movimento promoveu um piquenique na zona do miradouro do Paredão. Oportunidade para David Francisco atacar a postura de camaleão do PAN. Sem nunca referir o nome da força partidária nem da deputada Mónica Freitas, o alvo das críticas foi o Partido que ‘segura’ o Governo Regional da coligação PSD/CDS.

Agradado com a crescente adesão de ‘manifestantes’, registou que “é bom juntar pessoas de várias tendências, de vários pensamentos e que percebem que não podemos continuar a tratar a paisagem da ilha de uma forma leviana”.

Dito isto, atacou aqueles que “já disseram que eram contra, já disseram que eram a favor, já disseram que eram contra de ser a favor, já disseram que eram a favor de ser contra” para concluir que “a base de confiança nesta gente é zero”.

Embora já tenha adiantado que o mais provável seja “acalmar” um pouco a pressão que vinha a ser exercida nos tempos recentes com a realização de concentrações ‘à volta’ do vale do Curral das Freiras, o rosto do movimento avisa que vão “ficar atentos a ver o que vai acontecer”.

Justifica a mudança de estratégia tendo em conta “a intervenção judicial que possivelmente pára o processo”. Contudo, por estar em causa a ‘galinha dos ovos de ouro’ do que classifica de “processo económico”, promete que não haverá um ‘baixar da guarda’ prevendo que os envolvidos no projecto querem “é sacar os ovos à galinha”.

“Há sempre mais marés que marinheiros e por vezes o que parece ser um assunto resolvido, não é”, adverte. Diz mesmo que “toda a conversa institucional à volta disto não é credível”, por recear que “o dinheiro fala sempre muito alto”.

Para esta desconfiança também contribuiu aqueles que assumindo (muitas) responsabilidades vieram demonstrar que “não são credíveis. O historial não nos permite que acreditemos neles”, afirmou, numa clara alusão ao PAN.

“Partidos que em tempos eram contra esta estrutura e outras e que a partir de determinado momento passaram a ser a favor. A pessoa que diz de manhã uma coisa, à tarde diz outra e no outro dia vai dizer outra, não é… credível. Podemos mudar de opinião mas não podemos mudar de princípios”, afirma.

David Francisco reagiu ao jogo que este processo encerra: “O jogo é ou o financiamento da obra ou a indemnização para não fazerem a obra”, admite, na certeza que os interessados em levar avante o teleférico no Curral das Freiras “vão tentar deitar a mão a uma pipa de massa, seja lá como for”, denuncia.

O líder do movimento mantém que o teleférico “nunca devia ter sido pensado”, convicto que o mesmo “não é sustentável. Todos os estudos apontam no sentido de não ser viável a vários níveis” ao concluir que estes “foram martelados”.