Em lume brando

Abusando claramente das suas prerrogativas em matéria de investigação criminal, o Ministério Público vem divulgando ao público, de uma forma sempre insidiosa, algumas suspeições que podem merecer os actos do primeiro-ministro António Costa e do seu governo.

Muito ganharia o País que o Ministério Público divulgasse, de forma clara e inequívoca, todos os procedimentos, e os respectivos pormenores que tem em curso, relativos ao primeiro-ministro ou a qualquer membro do Governo da República ou, já agora, a qualquer membro de órgão eleito, ao nível nacional, regional ou local, desde que exista um mínimo de indícios. Os cidadãos eleitores têm direito a essa informação.

Deixar escorregar notícias, sem contraditório ou confirmação, para alguns órgãos de comunicação social, como tem sido prática do Ministério Público, é uma prática bastante criticável, nem que seja pela duvidosa margem que deixa relativa à confirmação de factos. Obter condenações na praça pública não será, por certo, o caminho desejável da Boa Justiça!

Parece, porém, que o Ministério Público prefere colocar, em lume brando, os seus alvos, ainda que, no final após a cozedura, se venha a verificar que nada havia de errado!

Já aconteceu, diversas vezes! MAS QUANDO SE VERIFICOU QUE NÃO HAVIA NADA DE ERRADO, O MAL JÁ ESTAVA FEITO!

Nota: Antes que os críticos do costume se entusiasmem a apontar os seus alvos para uma hipotética preferência da minha parte, fica claro que não votei nem apoio, o actual Governo da República, como, de resto, não me revejo na governação da minha Região ou do município da cidade onde vivo. Sou um cidadão livre!

João Cristiano Loja