Um ano novo chega

Depois de um 2023 bastante atribulado com duas guerras mediáticas (Ucrânia/Rússia) e (Israel/ Gaza), além de muitas outras que talvez até passam despercebidas graças à comunicação social, mas que muito têm prejudicado o nosso país e o mundo no seu todo. Por cá depois de umas eleições que perpetuaram no poder os mesmos de há 47 anos e isso graças a uma cambalhota do líder do GR que depois de garantir de manhã que caso não tivesse maioria demitir-se-ia, no final do dia e Pim, PAN, pum, resolveu a situação e continuou de pedra e cal. A nível nacional e após 21 meses de governo tido de maioria, num universo de 10.820.337 eleitores, (2.301.887 votos) no PS cai o governo por demissão do 1.º ministro, que após a saída de 13 ministros e secretários de estado durante esse curto período, tudo vinculados a casos suspeitos de corrupção, sem contar com os inúmeros autarcas investigados. O próximo ano avizinha-se muito incerto, onde a economia continua a ser a dor de cabeça da grande maioria das famílias que trabalham vendo-se a braços para cumprirem os seus compromissos, os jovens com os créditos a lhes infernizarem as suas carteiras, os estudantes na incerteza do seu futuro, os reformados com cada vez maior dificuldade em ultrapassarem os seus dilemas, a segurança do país cada dia mais incerta e a saúde em situação de contínuo drama. Mas depois da turbulência governativa adiada pelo Presidente da República, finalmente os portugueses serão chamados de novo a elegerem um governo que substitua a (catástrofe) iniciada pelo actual ainda em gestão, e surge a oportunidade de mudança, se os portugueses acharem que até aqui aquilo que foi feito foi benéfico ou prejudicial a cada um dos cidadãos. Os que trabalham são sacrificados e asfixiados com impostos e os que não trabalham e que podem fazê-lo sendo beneficiados pela permanência dum sistema em que mais de 50% dos eleitores já não acreditam, mas que por medo de mudar falta-lhes a coragem de arriscar. A democracia nunca será íntegra se continuar a submeter o povo sob o comando da decisão de 21,3% do eleitorado, deixando de fora a verdadeira maioria, os abstencionistas que desiludidos, defraudados e desmoralizados não se reveem neste modelo de democracia. A derradeira oportunidade para devolver a democracia aos cidadãos será testada no próximo dia 10 de Março em que os mais de 10 MILHÕES de eleitores portugueses voltam a ser chamados para elegerem os próximos governantes. Se houver realmente coragem da parte daqueles que se sentem desanimados por todas as situações anteriores durante este meio século de democracia, vem aí mais uma oportunidade para restituir a liberdade dum povo que tem orgulho na sua história e não será necessário vestir uma farda militar para estar ao serviço da nação, qualquer altura serve para pôr os nossos talentos ao serviço dum país que ainda vive orgulhoso dos seus heróis e da sua história. Não podemos desperdiçar esta nova oportunidade. Esperemos que neste novo ano possamos abrir o caminho para ajudar a reparar os sucessivos erros cometidos até aqui e comemorar com dignidade e orgulho os 50 anos duma democracia para todos. Com os sinceros votos dum novo ano para todos e em especial para toda a equipa do DN-Madeira desejando que tenhamos para 2024 boas notícias.

A. J. Ferreira