A ostentação ao longo de toda a Avenida do Infante, com faixas em ambos os lados da estrada, durante o Congresso do PS é reveladora do ‘show off’ e exibicionismo desmedido deste partido, e, em especial, do seu ‘novo’ íder. E é ver este líder, que há bem pouco apoiava outro candidato à liderança nacional, desdobrar-se em elogios a Pedro Nuno Santos.

Ninguém diria que há poucos dias entendia não ser a melhor pessoa para levar o partido e o país ‘para a frente’. A este propósito, é curiosa também uma das mensagens deixadas pelo ‘novo’ líder regional quando afirma que 'Portugal não pode voltar para trás, a Madeira tem de andar para a frente”. Julgo que terá existido uma confusão na ordem destas ideias. De facto, a Madeira não pode andar para trás e Portugal tem claramente de andar para a frente. Basta ver a insatisfação generalizada das classes profissionais e o caos em que está mergulhada a saúde.

E o historial dos que querem ser protagonistas no PS destas mudanças não abona nada a seu favor. Toda a actuação de Pedro Nuno Santos, enquanto governante, foi marcada por polémicas de diversa ordem. Já Paulo Cafôfo alguém consegue apontar verdadeiramente quais os seus grandes feitos e contributos para aquela que diz ser a sua causa, a Madeira, quer na Câmara do Funchal, quer enquanto Secretário de Estado? Sem falar no interesse súbito de se candidatar à liderança regional, precisamente na altura em que fica sem lugar no Governo da República e abre vaga para a Assembleia da República.

Carlos Sousa