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Vaga de violência deixa pelo menos 10 mortos e três feridos no Equador

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Pelo menos 10 pessoas morreram e outras várias ficaram feridas, incluindo um agente da polícia, em vários ataques armados registados na terça-feira em Guayaquil, confirmou o autarca da cidade do sudoeste do Equador. Contudo, o balanço de vítimas poderá ser muito superior.

Numa conferência de imprensa conjunta com a polícia na noite passada, Aquiles Álvarez manifestou solidariedade às famílias das vítimas e disse que o seu compromisso "é com a segurança" da cidade costeira.

"Vamos trabalhar de forma proativa e colaborativa com as forças públicas, a quem apoiamos de forma absoluta para fortalecer a resposta conjunta à grave crise de segurança", acrescentou o autarca.

Álvarez apelou também à "unidade nacional" e mostrou-se confiante de que "as Forças Armadas e a Polícia Nacional" tomarão as medidas necessárias para restabelecer a ordem e a paz no Equador.

O Equador foi atingido por uma série de atos de violência em várias cidades, incluindo na capital Quito.

Em Guayaquil, epicentro da violência e segunda maior cidade do país sul-americano, ocorreram roubos, saques e tiroteios em áreas comerciais, admitiu na polícia, numa conferência de imprensa.

Na zona norte da cidade costeira, vários indivíduos dispararam contra veículos que passavam nas imediações, provocando a morte de cinco pessoas e ferindo um estudante. Na mesma zona, um grupo armado invadiu um armazém e assassinou três pessoas.

Também em Guayaquil, vários homens armados invadiram um estúdio do canal de televisão TC e fizeram os jornalistas e outros funcionários reféns durante uma transmissão em direto.

Todos os homens armados que invadiram o estúdio de televisão foram, entretanto, detidos, segundo o chefe da Polícia Nacional, comandante César Zapata, em declarações ao canal Teleamazonas.

A Procuradoria do Equador disse na rede social X que irá acusar 13 pessoas pelo crime de terrorismo pelo ataque.

Pouco tempo depois, o Presidente do Equador decretou estado de "conflito armado interno" e ordenou a neutralização dos grupos criminosos envolvidos no tráfico de drogas.

Num decreto presidencial, Daniel Noboa ordenou "a mobilização e intervenção das forças armadas e da Polícia Nacional (...) para garantir a soberania e integridade nacionais contra o crime organizado e organizações terroristas".

Também o Tribunal Nacional de Justiça (CNJ) lamentou a "ofensiva do crime organizado", referindo-se igualmente a motins nas prisões, automóveis incendiados e ataques com explosivos.

Em comunicado, o tribunal condenou os ataques e ameaças que surgiram contra o presidente do CNJ, Iván Saquicela, e a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar.

O Equador viveu na terça-feira um dia de terror devido à atuação de grupos do crime organizado, depois de o Presidente ter decretado, na segunda-feira, o estado de emergência, que incluiu seis horas de recolher obrigatório de durante a noite.