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Evolução da taxa de juro dos depósitos é positiva, mas ainda insuficiente

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Foto ANTÓNIO COTRIM /LUSA

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considerou hoje que as taxas de juro dos depósitos têm registado uma evolução positiva nos últimos meses, admitindo que é ainda insuficiente.

Mário Centeno, que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, começou por referir que os depósitos estão a ser remunerados a taxas mais elevadas e que a taxa de juro média ronda 0,65% - havendo bancos que oferecem taxas médias superiores a 1%.

Trata-se, disse, do valor mais elevado desde julho de 2015, após o mínimo de 0,04% observado em março de 2022. A evolução é "muito positiva", registando uma "dinâmica significativa" nos últimos meses, porém ainda "insuficiente", afirmou.

Esta audição de Mário Centeno está a decorrer na sequência de um requerimento do PSD para ouvir explicações do governador do BdP sobre a atuação da banca na comercialização ou pedidos de renegociação de crédito à habitação e desajustamento dos juros nos depósitos a prazo em face das condições de mercado.

Na origem da subida das taxas de juro dos depósitos estão, entre outros motivos, um "competidor que se chama certificados de aforro", referiu, em resposta ao deputado social-democrata Duarte Pacheco que o questionou sobre alegada "fuga" de poupanças para os certificados de aforro.

Centeno sinalizando, contudo, que se estes títulos de dívida pública registaram em 2022 subscrições líquidas da ordem de quatro mil milhões de euros, também os depósitos aumentaram em mais de nove mil milhões de euros no ano passado.

Uma subida da poupança que se verificou, referiu, não obstante algumas famílias terem sentido necessidade de recorrer a poupanças para fazer face à subida do crédito à habitação.

A questão da taxa de juro dos depósitos e a diferença de ritmo que apresenta face à subida da taxa dos créditos foi, de resto, sinalizada pelos deputados dos vários partidos, durante esta audição.