“Entre as brumas da memória”

No passado sábado, dia 01 de abril, considerado pelo núcleo regional da Liga dos Combatentes como sendo o Dia do Combatente, foi no Município da Calheta que várias entidades oficiais e governamentais se reuniram para celebrar com esta simbólica homenagem destinada ao “dia de todos os Combatentes”. Ali, pediu-se a revisão do Estatuto do Combatente para garantir mais apoios à saúde. Por si só, esta medida, apesar da importância que poderia vir a ter, não atenuaria as inúmeras dificuldades porque passam este segmento da população portuguesa/regional. No seu importante cargo de representante da República na RAM, o Dr. Ireneu Barreto deu voz, uma vez mais, aos anseios e pretensões dos Antigos Combatentes da Guerra Colonial Portuguesa. Devo enaltecer a sua mensagem no sentido de sensibilizar o governo regional e as restantes dez autarquias deste arquipélago a fazerem algo mais, em prol de um ainda vasto grupo nesta região autónoma, de sobreviventes da Guerra Ultramarina. Lembro também que, já recentemente, (fev. 2023) o Sr. Carlos Teles, Presidente daquela autarquia, nos tinha recebido - B.4911/74 e outros camaradas ali representados - e ouvido atentamente algumas das dificuldades e preocupações transmitidas pela nossa Delegação do Funchal em representação de antigos combatentes que serviram a Pátria Portuguesa e que estiveram em missão nos últimos oito a dez anos de guerra colonial até 1975. Passados que são 48 anos, ainda não houve um justo e concreto reconhecimento do Governo Português a estes militares forçados pelo Estado Novo a combaterem nas ex-colónias. Um bem-haja a todos.

Vicente Sousa