Madeira

Cáritas deixou de fazer peditório de rua por falta de voluntários

Cáritas Diocesana do Funchal ajuda perto de 2 mil pessoas em toda a Região

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Por escassez de voluntários, a Cáritas Diocesana do Funchal deixou de realizar peditórios de rua. Revelação feita estar tarde pelo presidente da direcção, Duarte Pacheco, à margem da sessão de abertura da exposição ‘40 Anos Cáritas Diocesana do Funchal’, patente até a próxima sexta-feira, dia 10, no Átrio da Câmara Municipal do Funchal.

Presentemente “as fontes de rendimento são, essencialmente, os donativos, quer de particulares, quer de empresas” a que se junta “o ofertório consignado anualmente, que é feito nas missas e reverte a favor da Cáritas”. Suspenso, na Região, está o habitual peditório nacional. “Não fazemos aqui na Região, o peditório de rua, porque estamos com dificuldades em arranjar voluntários”, esclareceu, para concluir que “a pandemia, de facto, retraiu um pouco o voluntariado”, justificou.

A meio do mandato (quadriénio), o principal desafio da Cáritas Diocesana do Funchal é “atender a quem nos procura nesta incerteza que estamos a viver” e melhorar as condições da sede. “Instalações que não são as mais adequadas para o tipo de trabalho”, reconhece, tendo em conta que envolve um edifício com escadarias, mas mais do que esse constrangimento operacional, o edifício “está a precisar também de alguma intervenção”. Ainda assim deixa claro que “o prioritário é atender quem nos procura”, embora seja também uma “preocupação” tentar oferecer mais qualidade a quem trabalha e colabora com a Cáritas.

Ciente que “a realidade não nos permite sonhar mais alto”, Duarte Pacheco assume que “o ideal seria uma sede nova” em vez do velho edifício que ocupa.

Na Região a Cáritas presta apoio a 628 agregados, num total a rondar as 1800 pessoas.

O “pedido de alimentos” continua a dominar as carências. Diz que “por enquanto ainda há capacidade de resposta”, mas teme o efeito ‘cadeia’, ou seja, quem ajuda também começar a enfrentar dificuldade com o imparável aumento do custo de vida.

“Se as pessoas têm menos dinheiro, também vão se retrair no donativo”, conclui.

Na cerimónia de abertura da exposição, onde marcaram presença o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, a vereadora com o pelouro do Apoio Social, Helena Leal, e o bispo do Funchal, D. Nuno Brás, este último lembrou que “a Cáritas é a Igreja organizada a fazer caridade”.

Frisou ainda que “há sempre duas realidades que são mais tristes”, referindo-se a aquela que justifica a necessidade de haver Cáritas, a que se junta “a tristeza de não poder fazer mais”, por assumir que há “tanta gente que necessita de ajuda”.

A representar a Autarquia, a vereadora Helena Leal lembrou que que “nem sempre aquilo que se faz tem de estar visível”, para enaltecer o trabalho feito pela Cáritas e concluir que “é importante fazermos mais”.