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Portugal cai 4 posições e ocupa 38.º lugar no Ranking da Competitividade Digital do IMD

Foto Shutterstock
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Portugal ocupa o 38.º lugar na nova edição do Ranking da Competitividade Digital do Institute for Management Development (IMD), publicado esta quarta-feira, 28 de setembro, pelo World Competitiveness Center (WCC). A economia lusa caiu quatro lugares face a 2021 e está agora atrás de países como o Cazaquistão, Arábia Saudita ou a Malásia.

Na edição deste ano, a Dinamarca assume-se como a economia global mais competitiva ao nível do digital enquanto os EUA perderam a liderança e passaram a ocupar o 2.º lugar. Ambos os movimentos são os primeiros desde o início do ranking, em 2017. O pódio é completado pela Suécia, que manteve o 3.º lugar face a 2021.

No que toca a Portugal, a classificação explica-se pelo "agravamento da confiança empresarial em aspetos relacionados com a facilidade de recrutamento de talentos com experiência internacional e conhecimento digital, o financiamento de investimentos tecnológicos e a preparação das empresas para responder a choques externos", referem os analistas do relatório. Por outro lado, Portugal ocupa o lugar mais alto no nível de proteção da privacidade dos utilizadores da Internet garantido pela lei, um novo indicador introduzido no ranking da Competitividade Digital este ano.

O ranking anual quantificou as capacidades de 63 economias globais para adotar e explorar novas tecnologias digitais, utilizando-as para transformar práticas governamentais, a economia local e global, tal como as suas comunidades. As classificações foram atribuídas com base num total de 54 critérios, que vão desde dados externos (dois terços do total) ao IMD Executive Opinion Survey (um terço), que se divide em três grandes pilares: preparação para o futuro, conhecimentos sobre tecnologia e aplicação dada aos mesmos.

Nesta análise, Portugal caiu 4 posições na avaliação global, mas registou melhorias significativas no que toca aos conhecimentos tecnológicos, área onde passou de 32.º para 29.º classificado. Respetivamente, estas duas categorias são lideradas pela Dinamarca e pela Suíça.

Com base nos múltiplos acontecimentos de escala global que têm acontecido nos últimos anos, de que são exemplo o roubo de dados pessoais ou os ataques informáticos a empresas mundiais, o relatório de 2022 do IMD reforça a importância dos vários fatores que podem fortalecer governos e setor privado, ajudando-os a proteger as suas infraestruturas digitais.

"Esta classificação descreve a importância dos factores nacionais para explicar a transformação digital das empresas e a adopção de práticas digitais pelos cidadãos. As nações digitais resultam de uma combinação de talento digital, regulação digital, governação de dados, atitudes digitais e disponibilidade de capital", diz Arturo Bris, director do World Competitiveness Center.

Na edição classificativa deste ano, são também relacionados pelo WCC a capacidade de cibersegurança governamental com a existência de um quadro regulamentar de apoio à criação de empresas e ao desenvolvimento tecnológico. Além disso, reforçam o WCC, "um quadro regulamentar de apoio científico e tecnológico revela-se fundamental para a criação de fortes barreiras de segurança digital no sector privado".

Nesta senda, critérios como "Capacidade de cibersegurança governamental" e "protecção da privacidade por lei" foram introduzidos no ranking de 2022, fornecidos pelo Digital Society Project. A decisão, justifica o WCC, relaciona-se com “a globalização, os avanços no campo das tecnologias digitais e a pandemia global, que tornaram as economias mais interligadas e transferiram ainda mais partes das nossas interações comerciais e pessoais para a Internet, aumentando enormemente os ataques cibernéticos. As capacidades de cibersegurança, tanto a nível empresarial como governamental, tornaram-se de importância primordial".