Madeira

Cerca de 7 mil casos de cancro da mama são diagnosticadas anualmente

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Anualmente são diagnosticados cerca de 7 mil novos casos de cancro da mama em Portugal e 1700 mulheres morrem, também por ano, vítimas desta doença,  avançou Ricardo Sousa, presidente do Núcleo Regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Decorre, no Salão Nobre da Assembleia da Madeira, a apresentação do estudo 'Impacto Económico e Psicossocial do Cancro da Mama em Portugal', uma iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro, com o apoio da Roche e da MOAI Consulting.

Ricardo Sousa disse igualmente que "mais de meio milhão vence o cancro anualmente", acrescentando que "todos juntos somos mais fortes".

Sendo este o "tipo de cancro com mais incidentes em todo o mundo e principalmente do nosso país", o estudo, visa saber o que se "passava exactamente com as doentes portadoras de cancro da mama e sobreviventes", disse Natália Amaral, uma das autoras do estudo. A análise foi feita através do impacto económico e psicossocial do cancro da mama nas mulheres.

O inquérito obteve um total de 1.000 respostas recolhidas entre 29 de Março de 2021 e 31 de Agosto se 2021.

"Quase de certeza absoluta que toda a gente vai ficar muito admirada com o impacto económico", disse Natália Amaral.

Sónia Silva, psicóloga e coordenadora do estudo, revela que foram obtidos resultados "bastante interessantes", mas também "preocupantes".

No que diz respeito à preservação da fertilidade, um número "muito baixo de mulheres" obtou e "teve informação sobre a possibilidade de preservar a sua fertilidade", contudo foi uma amostra "muito" jovem quando diagnosticada com a doença. Um resultado "preocupante" e que revela que deve ser feito mais trabalho para informar as mulheres sobre a preservação da fertilidade.

Na esfera psicossocial verificou-se o abandono de "projectos de vida", como o "sonho de ser mãe", disse a psicóloga.

Problemas de autoestima, relação consigo própria e com os outros e o sentimento de feminilidade são aspectos "preocupantes e que requerem a nossa atenção".

A nível económico foi verificado um "forte impacto" nomeadamente na produtividade em mulheres que se ausentam por períodos longos dos trabalhos (por motivos de baixa médica) que ascendem "aos mil milhões de euros por ano".

A Liga Portuguesa Contra o Cancro "está atenta a estes resultados e quer melhorar a condição e a qualidade de vida das mulheres com cancro de mama" através das respostas obtidas neste estudo, disse Sónia Silva.

Serviços de apoio sejam psicológicos, jurídicos, sociais e financeiros às famílias que mais necessitam "são respostas de apoio aos doentes que merecem mais divulgação para poderem ser efectivas e poderem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida destas mulheres" , conclui.